O Exército sírio usou pela primeira vez, nesta quarta-feira, os drones fornecidos pela Rússia na luta contra os jihadistas – informou uma fonte de segurança em Damasco.
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“Pela primeira vez, o Exército usou hoje drones recebidos de Moscou em operações contra extremistas no norte e no leste do país”, acrescentou a fonte, sem dar detalhes sobre o tipo de avião não tripulado, ou sobre o local das operações.
Tradicional aliado de Damasco, a Rússia aumentou recentemente seu apoio ao regime de Bashar al-Assad, uma decisão que preocupou os Estados Unidos.
Por três vezes nos últimos dias, o secretário de Estado americano, John Kerry, reuniu-se com o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, para tratar do tema.
A Rússia alega que apoia Al-Assad para lutar de forma mais eficaz contra o EI. Para Moscou, este grupo é a principal ameaça contra a estabilidade no Oriente Médio.
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Além disso, o governo de Vladimir Putin considera que a coalizão internacional liderada pelos EUA, que dirige bombardeios na Síria e no Iraque, não conseguiu conter, nem fazer o EI recuar.
“Os Exércitos sírio e iraquiano e os combatentes curdos são as únicas forças que lutam realmente e de maneira eficaz no terreno contra o terrorismo”, declarou a porta-voz do Ministério russo das Relações Exteriores, Maria Zakharova.
“Nós apoiamos aqueles que lutam realmente e de maneira eficaz contra o EI, porque é uma questão de segurança nacional para a Rússia”.
Na terça-feira, um militar sírio de alta patente, que pediu para não ser identificado, disse que o Exército “havia recebido de Moscou pelo menos cinco aviões de combate, aviões de reconhecimento que ajudam a identificar os alvos com grande precisão, assim como material de combate sofisticado para combater o EI”.
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Nos últimos dias, a Força Aérea síria aumentou os bombardeios contra os jihadistas, principalmente nas imediações de Palmira (centro da Síria). Desde maio, a região está nas mãos de jihadistas.
Nesse contexto, o presidente francês, François Hollande, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, destacaram na terça-feira, em Londres, “a necessidade de dinamizar o processo político”, já que “uma boa parte da resposta para a crise dos refugiados deve ser uma solução para a situação na Síria”.
Hoje, o presidente Hollande voltou a insistir nesse ponto, pedindo a organização de uma nova conferência da ONU sobre a Síria. As anteriores, batizadas de “Genebra I” e “Genebra II”, foram realizadas em junho de 2012 e fevereiro de 2014.
As conferências de Genebra fracassaram pela falta de acordo das grandes potências sobre se o presidente sírio poderia se manter no poder.
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“Todos os que puderem contribuir para encontrar uma solução política na Síria devem se sentar à mesa”, declarou o presidente francês, ao chegar a Bruxelas para uma cúpula europeia sobre os refugiados.
* AFP