O Exército sírio concluiu neste domingo sua operação para reforçar as tropas em Alleppo e está pronto para a “batalha decisiva” contra os rebeldes nesta cidade-chave do norte da Síria, onde prosseguia o bombardeio contra as posições dos insurgentes.

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“Todos os reforços já chegaram e cercaram a cidade. O Exército está pronto para lançar a ofensiva decisiva, mas aguardamos as ordens”, revelou um oficial, prevendo que os combates nas ruas exigirão tempo.

A Força Aérea síria bombardeou os bairros de Shar, Sajur e Salahedin em Alleppo, todos sitiados pelo Exército, informou o opositor Observartório Sírio de Direitos Humanos (OSDH). O bairro de Salahedin, abandonado pela população, é o principal objetivo dos militares.

Segundo o jornal oficial Al Watan, a verdadeira batalha de Aleppo ainda não começou. “A missão atual (do Exército) consiste em aplicar duros golpes aos terroristas, a estreitar o cerco e reforçar o controle de entradas da cidade para lhes impedir de fugir”.

Situação estagnada

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Um alto oficial confirmou que a verdadeira batalha de Aleppo ainda não começou e que os bombardeios não são mais que preparativos. Ele disse que pelo menos 20.000 soldados foram destacados como reforço dentro de Aleppo e em seus arredores e que outros continuam chegando.

Os rebeldes dizem controlar a metade da cidade e afirmam que, apesar dos bombardeios, os soldados não conseguem avançar nos bairros.

Segundo jornalistas que estão na Síria, a situação parece paralisada. Os combatentes do Exército Sírio Livre (ESL, formado por desertores e civis que pegaram em armas) e soldados se enfrentam violentamente em Salahedin, mas continuam esperando a grande ofensiva prometida pelo regime.

Para aliviar Aleppo, os rebeldes atacam quase toda noite do aeroporto militar de Managh, onde estão alguns helicópteros. Os aviões da aeronáutica, porém, vêm de Idleb, mais a oeste, ou de outras regiões e, por enquanto, nada parece detê-los.

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Em comunicado, o Conselho Nacional Sírio (CNS), a principal coalizão da oposição, acusou o Exército de bombardear as sedes de instituições públicas, que fazem parte do patrimônio arquitetônico de Aleppo.

Aleppo é uma das cidades mais antigas do mundo e a cidade velha é considerada pela UNESCO “de valor universal inestimável”.

O CNS reiterou também seu pedido a favor de 800 famílias no centro histórico de Homs que há mais de 60 dias estão “ameaçadas não só por um bombardeio selvagem, mas também pela fome, sede e falta de medicamentos”.

O Conselho também pediu à comunidade internacional, muito dividida sobre a crise síria, “e aos países vizinhos a atuar seriamente frente à ameaça que o regime representa para a existência da Síria, a paz e a estabilidade internacional”.

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