Dezenas de palestinos foram feridos por soldados israelenses na Faixa de Gaza durante a sexta sexta-feira consecutiva de manifestações, que reuniram milhares de manifestantes perto da fronteira, indicaram as autoridades da Saúde do território palestino.

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Os serviços médicos atenderam 1.143 pessoas com lesões, entre elas 98 com feridas por armas de fogo e balas de borracha, segundo o ministério da Saúde de Gaza.

Uma coluna de fumaça subia de um acampamento de protesto no leste da cidade de Gaza no qual os palestinos queimaram pneus e lançaram rojões e pelo menos um coquetel Molotov com o qual tentaram provocar um incêndio em campos israelenses próximos.

Os manifestantes se aproximaram da barreira de segurança na fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel, mas recuaram quando o exército israelense disparou gases lacrimogêneos.

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Segundo o porta-voz militar, alguns dos manifestantes lançaram pedras nas forças israelenses e houve uma tentativa de “sabotar a barreira de segurança e entrar em Israel”.

O Exército hebreu informou que cerca de 10 mil palestinos participaram do protesto desta sexta-feira, em diferentes pontos da fronteira.

Os militares afirmam que centenas de manifestantes destruíram o ponto de passagem de Kerem Shalom e incendiaram importantes tubulações que levam petróleo e gás para Israel.

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“É um ato de terror cínico que prejudica os habitantes de Gaza”, declarou um oficial de Israel.

Shifa Abu Qadas, uma manifestante de 28 anos, disse que protestou todas as sextas.

“Voltaremos à nossa casa hoje, amanhã ou mais tarde”, disse. “Não tenho medo. Só se morre uma vez”.

Milhares de palestinos da Faixa de Gaza, território encravado entre Israel, Egito e o Mar Mediterrâneo, se reúnem regularmente desde 30 de março para exigir o direito dos palestinos de regressar às terras de onde foram expulsos ou fugiram após o criação do Estado de Israel em 1948.

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O movimento de protesto, chamado a “Grande Marcha do Retorno”, também denuncia o bloqueio imposto por Israel há mais de 10 anos ao enclave palestino dirigido pelo movimento islamita Hamas, com o qual o Estado judeu travou três guerras desde 2008.

Desde o início do movimento de protesto, 49 palestinos foram mortos por soldados israelenses e centenas ficaram feridos. Do lado israelense, nenhuma vítima foi registrada.

* AFP