Neste começo de ano muita gente se sente encorajada para começar uma nova rotina. As famosas dietas ganham espaço nos cardápios e nessa levada muitos sedentários passam a incorporar o espírito de um atleta olímpico. Ao contrário do que se pensa, a prática de corridas ou de esportes pode proporcionar um risco grande se o sedentário resolveu virar Usain Bolt da noite para o dia.
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De acordo com o médico cardiologista Alexandre José Ferreira, o sistema cardiovascular precisa de uma adaptação para funcionar sem nenhum tipo de problema durante a prática de atividades físicas.
– Qualquer pessoa que pensa em começar fazer exercícios físicos nessa época do ano, principalmente de muito calor, deve procurar um médico. Isso porque muitas das vezes elas podem ter problemas cardíacos e na hora de grande esforço, isso pode trazer problemas sérios. Além disso, o nosso corpo precisa de uma adaptação para que possamos ter benefícios com os exercícios. Essa modificação acontece no mínimo de três semanas pra frente. Às vezes, a pessoa que leva uma vida sedentária corre menos risco de sofrer um ataque do que quem começa a fazer do nada – afirma o médico.
Os “atletas de fim de semana”, que calçam os tênis e saem correndo por aí nos sábados de manhã não terão o sucesso desejado se a atividade for feita só quando a pessoa se lembrar. O especialista adverte ainda que existe um tempo mínimo semanal para que a prática de atividades físicas possam dar resultados positivos.
– O ideal é de que as pessoas façam de 150 a 240 minutos de exercícios físicos semanais. Isso daria de três a quatro vezes na semana, ou recomenda-se 10 mil passos diários. Além disso, é claro uma alimentação balanceada e muita água ajudam a regular a saúde – destaca Ferreira.
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O médico aponta que exames do coração devem ser feitos em qualquer idade, pois o número de jovens que sofrem com ataques cardíacos decorrentes de problemas congênitos é alto. Ele cita ainda que mesmo que não sejam identificados nenhum tipo de problema, mesmo assim é necessário repetir a bateria a cada cinco anos e que caminhadas e corridas devem ser feitas em horários mais frescos e adequados, para que a saúde também não seja prejudicada.
Nesta quinta-feira, o relógio marcava 16h15min quando os colegas de trabalho Douglas Diniz, 35 anos, e Daniel Marçal, 41, chegaram ao Parque Ramiro Ruediger. Mesmo sob o calor de 40,3 °C, e a sensação térmica de 44,5 °C, de acordo dados da estação do AlertaBlu instalada no parque, a dupla iniciou a jornada de exercícios físicos. A meta: caminhar entre 40 minutos e uma hora. Orientação da nutricionista de Douglas, que está fazendo acompanhamento.
Os dois são carteiros e reconhecem que o horário não é o mais adequado, por conta do calor, mas aproveitam a saída da jornada de trabalho para se exercitarem.
– A gente trabalha até as 16h, aí já aproveita o embalo do ritmo do trabalho para fazer as atividades. Não é o adequado, mas é o horário que conseguimos fazer. Se formos para casa, para depois fazer os exercícios, fica mais difícil – comenta Diniz, com a camisa amarelada tomada pelo suor.
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