Um exemplo de vida e de superação. Luiz Henrique Medina, de 62 anos, nasceu sem os dois antebraços, sem a perna esquerda, sem a língua e o maxilar inferior. Além disto, foi abandonado pelos pais assim que nasceu. Apesar de todos os obstáculos, Medina se tornou um mesa-tenista conhecido mundialmente e com um currículo invejável.

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Nesta semana, Jaraguá do Sul teve o prazer de receber o atleta para o Desafio Paraolímpico de Tênis de Mesa, na Arena Jaraguá. Duas gerações do esporte farão um jogo exibição no sábado. Kaike, como é conhecido, enfrentará o jovem britânico Martin Perry, de 19 anos.

-Nunca subestimo meus adversários, mas eu espero o mesmo deles. Muita vezes, por causa da minha condição física, eles me subestimam e acabam perdendo-, conta Medina.

O atleta foi deixado, recém-nascido, dentro de uma caixa de sapatos numa calçada de São Paulo. O bebê foi encaminhado ao Lar Escola São Francisco, instituição de reabilitação para deficientes físicos em São Paulo, onde viveu mais de 20 anos.

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Da infância a adolescência, Medina passou por mais de 40 cirurgias. Ele lembra que vivia no hospital fato que influenciou na escolha da profissão. Ele é citologista.

Mesmo sem a língua, o atleta aprendeu a falar. Como, ele não sabe. Mas suas as atitudes são focadas em ter uma vida normal. Medina teve um filho e hoje já tem um neto. Depois de trabalhar 36 anos e se aposentar, resolveu praticar um esporte. O tênis de mesa surgiu em 2000.

Atualmente, Medina treina pelo Clube de Tênis de Mesa Jacareí (SP). Segundo seu técnico, Carlos Koyama, é impossível acreditar que pessoas ditas “normais” reclamam da vida. Medina treina três vezes por semana e sempre está de bom humor.

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No currículo do mesa-tenista, as vitórias mais recentes são o bronze na Copa Tango, na Argentina, medalha de bronze na US Open, no Estados Unidos, e medalha de ouro da Parapan-americanos, na Costa Rica. Porém, o mais importante, foi Troféu Fair Play, prêmio para atletas considerados exemplos de vida, na Costa Rica.

Neste ano, ele conquistou ouro na Classe Veterano 6, na Copa Brasil de Manaus, vencendo atletas olímpicos que não possuem deficiências físicas. Além disso, Kaike também foi medalha de prata na Classe 6 Paraolímpica.