Compartilhar aprendizados
Jonas Tilp, diretor comercial do Perini Business Park
Todo ano eu costumo me propor um desafio. Em 2014, foi encarar o Caminho de Santiago de Compostela, o trecho que vai da França à Espanha, percurso que pode ultrapassar 900 quilômetros quanto se decide ir até Finisterra, no litoral espanhol. Dividi minha jornada em três etapas, que realizarei em três anos (2014, 2015 e 2016). Cumprida a primeira fase, foram 11 dias de caminhada entre Saint Jean Pied de Port, na França, até Villafranca Montes de Oca, na Espanha.
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Todos os dias, o Caminho ensina algo ao peregrino, principalmente quando se caminha sozinho, como eu fiz. É uma oportunidade de se ausentar da rotina que nos prende e de perceber que o mundo é muito maior do que o minúsculo contexto no qual vivemos. Estar no caminho torna mais clara a percepção que temos uma missão em nossa passagem por esta vida.
Diariamente, milhares de pessoas se encontram em diferentes trechos desta jornada. É um caminho de luz. Os peregrinos alinham seus melhores aprendizados, que são compartilhados com uma frase que sintetiza nossos melhores desejos: “Buen Camino!”.
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A partir dessa experiência, percebi que preciso de muito menos do que tenho para viver e ser feliz. Minha mochila poderia ter uns quatro quilos a menos e, para isso, bastaria um pouco mais de disciplina e desapego. Falando nisso, minha jornada começou logo após a participação do encontro Brasil-Alemanha, no qual eu estava “disfarçado de executivo”.
Para iniciar a caminhada, abandonei dois ternos – um no hotel e outro no aeroporto. Deixei em alguns bancos objetos como guarda-chuva, sapato, revistas e outros itens e, por fim, minha mala de viagem com algumas roupas ficou num parque de estacionamento de uma rodovia alemã. Acredito que todas essas coisas, que antes eram partes de mim, podem servir para outros que as encontraram.
O Caminho me ensinou a ser mais leve. Torço para manter essa leveza – no corpo e na alma – e também em poder continuar minha jornada com mais propósitos de vida e mais quilômetros rumo a Santiago.
Desmistificar estereótipos
Cícero Gabriel Ferreira Filho, presidente do Núcleo de Gestão Empresarial da Acij
Nasci em 1982 em Curitiba e comecei minha carreira em 1999 em um estágio de uma empresa de consultoria. Sempre atuei nas regiões Sul e Sudeste. Em 2007, tive a oportunidade de me mudar para Belém, onde morei por dois anos. Fui para gerenciar projetos.
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Lá, comecei a reparar que as pessoas tinham pré-disposição para o trabalho, algo que contraria a visão que o pessoal do Sul tem. A equipe pegava firme. Nunca tive um grupo de estagiários tão bom na questão da absorção técnica e lógica. E eu já trabalhei em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Porto Alegre. Tivemos uma grata surpresa com os profissionais indicados pela universidade. A gente não teve nenhuma dificuldade neste sentido.
A cultura local também era bem diferente. Como o calor lá é muito grande, a forma com que as pessoas se vestem no trabalho muda em relação a Joinville. Os homens não usam tanto manga comprida e as mulheres usam muito vestido, mais curto do que no Sul. A diferença pode ser chocante.
O pessoal de lá está sempre de bom humor e te trata muito bem. Logo no início do relacionamento, já te convidam para visitá-los em casa, para eventos sociais, para jogar futebol, enfim, para fazer algum programa junto deles.
Foi uma experiência rica. Você tem que se permitir, chegar lá sem colar adesivo, sem colocar ninguém na prateleira. E eu não fui com a intenção de classificar. As pessoas lá são muito abertas para que você as conheça. Foi um dos momentos da vida em que mais aprendi.
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De fato, quando você consegue se relacionar com diferentes pessoas, na forma de pensar, você acaba com perspectiva de visão diferente. Quando iniciamos um trabalho, queremos saber quem é o público, como ele se comporta, sem fazer julgamento. Isso me trouxe uma maturidade profissional muito maior.
Valorizar ainda mais o trabalho em equipe
Raulino Kreis Jr., presidente do Grupo Raumak
Fui convidado para participar da famosa prova Fara Miami 500, disputada no Autódromo de Homestead, nos Estados Unidos, em virtude dos resultados alcançados com o título antecipado da categoria Challenge Sport da Porsche GT3 Cup.
Sem conhecer o carro e a pista, me surpreendi positivamente com a adaptação rápida aos 360 cavalos de potência do Ginetta e ao traçado da prova, que utilizou uma parte do oval da Nascar.
Foi um final de semana muito especial, inesquecível, onde realizei um sonho. Finalizamos a prova na terceira posição geral dentre os 84 carros que largaram. Dividi a condução do carro número 777 com os pilotos brasileiros Luiz Arruda e João Gonçalves.
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Impossível sair de lá sem pensar na edição 2015 da prova, quando pretendo disputar novamente a corrida. Fiquei muito impressionado com o profissionalismo, a qualidade e a estrutura do evento, bem como da equipe.
O time Ginetta USA tem uma estrutura impecável, e um trabalho de excelência que realmente encanta gestores do todas as áreas. Isso me faz querer voltar no próximo ano, e com certeza faremos os esforços necessários para isso.
Para a minha vida profissional, o automobilismo sempre representou um grande e prazeroso aprendizado. A resiliência é uma das qualidades que sempre gosto de retratar. A capacidade de me adaptar e apresentar soluções em tempo real é um enorme exercício diário. São aspectos básicos que acrescentam e estimulam o piloto e o empresário que há em mim.
Vale também falar do trabalho em equipe que tanto prezo na Raumak e que é imprescindível numa equipe automobilística. Pessoas certas nas funções corretas, trabalhando com foco num mesmo objetivo, são um grande passo para o sucesso de qualquer negócio.
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