O herdeiro da gigante sul-coreana Samsung e os executivos de vários grandes conglomerados do país vão acompanhar, na terça-feira (18), o presidente sul-coreano Moon Jae-in em sua cúpula com o líder norte-coreano Kim Jong Un, informou neste domingo (16) a presidência da Coreia do Sul.
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Lee Jae-yong é o vice-presidente da Samsung Electronics e figura chave do grupo, cujo faturamento representa um quinto do PIB da Coreia do Sul.
Os executivos da SK e da LG também vão integrar a delegação oficial do presidente Moon, assim como Kim Yong-hwan, vice-presidente da Hyundai Motor Group, grupo cujo fundador era um refugiado do Norte.
Hyun Jeong-eun, a presidente da Hyundai Group, uma entidade distinta que, no passado, desempenhou um papel importante em projetos econômicos transfronteiriços, também estará na delegação.
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A presidente da Hyundai se reuniu várias vezes com o ex-líder norte-coreano Kim Jong Il. Ela também foi uma das primeiras sul-coreanas a encontrar seu filho e sucessor Kim Jong Un.
Seu padrasto, Chung Ju-yung (1915-2001), fundador do grupo Hyundai, foi um dos promotores da cooperação econômica entre as duas Coreias e havia visitado várias vezes Pyongyang entre 1998 e 2000 para encontrar Kim Jong Il.
Moon, que foi eleito no ano passado defendendo a retomada do diálogo com o Norte depois de anos de crescente tensão em razão do programa nuclear de seu vizinho, está trabalhando para a retomada dos projetos de cooperação intercoreanos, apesar das muitas sanções econômicas internacionais.
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Ele voará para Pyongyang na terça-feira para uma visita de três dias. Trata-se de sua terceira cúpula com Kim Jong Un desde abril.
A delegação sul-coreana incluirá 200 pessoas, incluindo o chefe da inteligência sul-coreana, os ministros das Relações Exteriores e da Defesa, além de empresários e personalidades da cultura, religião e até figuras esportivas.
“A próxima cúpula vai abrir caminho para programas transfronteiriços”, segundo o comunicado da presidência.
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O programa deste novo encontro ainda não foi divulgado, mas é provável que a Coreia do Norte se esforce para impressionar, com milhares de pessoas nas ruas para aclamar o presidente sul-coreano.
Esta visita vai acontecer menos de dez dias após a organização por Pyongyang de seus primeiros “Jogos de massa” em cinco anos, como são chamados os espetáculos coreografados envolvendo dezenas de milhares de pessoas.
Este espetáculo se referiu especialmente à cúpula intercoreana de 27 de abril na Zona Desmilitarizada (DMZ) que corta a península.
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O encontro de abril foi o primeiro entre os líderes máximos coreanos em 11 anos, e permitiu que Moon pavimentasse a cúpula histórica de 12 de junho em Singapura entre Kim Kong Un e o presidente americano Donald Trump.
Na ocasião, o líder norte-coreano se comprometeu com a desnuclearização da península. Mas, desde então, poucos avanços foram feitos neste sentido.
Neste contexto, a visita de terça-feira também poderá servir para o presidente sul-coreano tentar facilitar a retomada do diálogo.
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Na última sexta-feira, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, garantiu que as conversas com a Coreia do Norte continuam.
“Acreditamos que está no coração dos esforços do presidente Trump convencer o presidente Kim de que a desnuclearização total e definitiva da península coreana é necessário”, apontou o chefe da diplomacia americana.
* AFP