Seguindo exemplo da maioria dos convocados, dois executivos da OAS optaram por não falar nesta quinta-feira, durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na qual a Câmara dos Deputados investiga as denúncias de corrupção na Petrobras. José Ricardo Nogueira Breghirolli, ex-superintendente administrativo da Construtora OAS, e Mateus Coutinho de Sá Oliveira, ex-diretor Financeiro da Construtora OAS, investigados pela Operação Lava-Jato, usaram o direito constitucional de ficar em silêncio.

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No início dos depoimentos, os dois funcionários da OAS informaram que “por orientação dos advogados” iriam permanecer em silêncio. Ao ouvir isso, o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-SP) propôs a dispensa deles, sugestão acatada pelo presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), apesar da crítica de alguns parlamentares que queriam fazer indagações independentemente de haver ou não respostas. Encerrada a sessão, os integrantes da CPI se retiraram para uma reunião fechada para discutir “questões de caráter administrativo” da comissão.

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Na quarta-feira, os cinco executivos do Grupo Schahin chamados a prestar depoimentos na condição de testemunhas na CPI – Carlos Eduardo Schahin, Milton Toufic Schahin, Salin Toufic Schahin, Rubens Toufic Schahin e Pedro Schahin – apresentaram decisão judicial autorizando-os a permanecer em silêncio diante dos questionamentos dos membros da CPI.

As empresas do grupo, entre as quais a Schahin Petróleo e Gás e a Schahin Engenharia, estão sendo investigadas pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, por suspeita de formação de cartel e pagamento de propina. O Grupo Schahin firmou contratos com a Petrobras pelo arrendamento de cinco navios-sonda. No início do ano, a Petrobras rescindiu os contratos e, em seguida, a empresa entrou na Justiça com pedido de recuperação judicial.

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A estratégia de permanecer em silêncio foi usada também no dia 26 durante os depoimentos do presidente da Construtora OAS, José Adelmário Pinheiro Filho, e do ex-presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa João Ricardo Auler. Os dois foram presos na Lava-Jato e, atualmente, cumprem prisão domiciliar.

O único a falar foi o ex-vice-presidente da Camargo Corrêa Eduardo Hermelino Leite. Durante o seu depoimento, ele disse que o pagamento de propina era uma “condição de funcionamento” na relação das empreiteiras com a Petrobras. Leite admitiu o pagamento de propina a agentes públicos e privados.

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Durante os depoimentos feitos no dia 21, o vice-presidente da Engevix Engenharia, Gerson de Mello Almada, também optou por usar o direito constitucional de permanecer em silêncio. Ele foi denunciado pelo Ministério Público por lavagem de dinheiro e corrupção, e encontra-se em prisão domiciliar.

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*Agência Brasil