A polêmica envolvendo a compra superfaturada de uma refinaria da empresa belga Astra Oil Company pela Petrobras, em 2006, fez sua primeira vítima. O Conselho de Administração da Petrobras Distribuidora (BR) – subsidiária da estatal – decidiu exonerar Nestor Cerveró da posição de diretor financeiro da companhia. Em comunicado, a BR informou que José Lima de Andrade Neto irá assumir, interinamente, as atividades da área.
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Os conselheiros da empresa concluíram que não havia mais condição de Cerveró permanecer no cargo. Na época em que a Petrobras comprou a refinaria em Pasadena, no Texas (EUA), Cerveró era o diretor da área internacional da estatal e um dos responsáveis por recomendar a aquisição.P>
Na última quarta-feira, a presidente Dilma Rousseff apontou o relatório feito pela equipe de Cerveró como “incompleto” e “juridicamente falso”. O documento fundamentou a decisão do conselho da Petrobras, na época presidido por Dilma, pela compra da refinaria.
Negócio polêmico
A empresa belga Astra Oil Company comprou refinaria em Pasadena por US$ 42,5 milhões em 2005. Um ano depois, a Petrobras pagou US$ 360 milhões por metade da unidade, negócio aprovado por Dilma, então presidente do conselho de administração. Em 2007, a estatal recebeu proposta para comprar tudo.
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O conselho vetou o negócio. A belga recorreu à Justiça americana para obrigar a estatal brasileira a adquirir a outra parte. Em 2012, a Petrobras é obrigada a pagar à Astra Oil US$ 820 milhões para comprar os 50%.
A estatal tentou vender a unidade, mas a oferta mais alta que recebeu foi de US$ 180 milhões. Suspeitas de irregularidades passam a ser investigadas.