O empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, ficou em silêncio na tarde desta segunda feira diante do juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações penais da Operação Lava-Jato. Apontado como ‘presidente’ do clube vip das construtoras que formaram cartel para assumir o controle de contratos bilionários da Petrobras, Pessoa foi intimado para depor nos autos do processo em que é acusado por corrupção e lavagem de dinheiro.

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Pessoa foi preso dia 14 de novembro de 2014, quando estourou a Operação Juízo Final, sétima fase da Lava-Jato. Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal acolheu pedido de habeas corpus do criminalista Alberto Zacharias Toron, que defende o empreiteiro, e revogou o decreto de prisão preventiva. O STF, por 3 votos a 2, autorizou o empreiteiro a ficar em regime de prisão domiciliar, mas sob monitoramento de tornozeleira eletrônica.

A força tarefa da Lava-Jato atribui a Pessoa o papel de coordenador do cartel de empreiteiras que pagava de 1% a 3% em contratos da Petrobras, por meio de diretores indicados pelo PT, PMDB e PP, que tinham como destino partidos e políticos. O prejuízo estimado até agora à estatal petrolífera é de R$ 6 bilhões, desviados entre 2004 e 2014.

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Nesta segunda feira, Ricardo Pessoa poderia rebater as acusações que pesam contra ele, mas, por uma estratégia da defesa, ficou em silêncio.

– Entendemos que era aconselhável o senhor Ricardo Pessoa se manter em silêncio porque estamos coletando novas provas para mostrarmos sua inocência – declarou o criminalista Alberto Zacharias Toron.

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– Até que esses novos elementos estejam maduros optamos por orientar o senhor Ricardo Pessoa a permanecer calado.