O presidente regional da Catalunha (nordeste da Espanha), Carles Puigdemont, anunciou nesta sexta-feira (14) a renúncia de três dos 12 membros de seu governo a dois meses e meio do referendo de autodeterminação previsto para 1º de outubro.
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Declarada ilegal e rejeitada por Madri, essa consulta popular pode implicar responsabilidades penais para os participantes, o que vem levantando dúvidas e provocando recuos de integrantes do governo regional.
Em entrevista coletiva convocada de urgência, Puigdemont, acompanhado por seu vice-presidente Oriol Junqueras, informou que a porta-voz do governo, Neus Munté, o conselheiro do Interior, Jordi Jan, e a conselheira da Educação, Meritxell Ruiz, “decidiram dar um passo ao lado”.
Essas três áreas são fundamentais na execução do referendo de autodeterminação.
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A essas baixas, soma-se a destituição, no início do mês, do conselheiro de Empresa, Jordi Baiget. Em entrevista, ele havia demonstrado seu temor com as repercussões dessa ação política em sua vida pessoal, especialmente em seu patrimônio.
Após dias de especulação na imprensa local sobre as supostas divisões no lado separatista, Puigdemont renovou quatro de seus 12 conselheiros.
O objetivo é encarar a reta final de seu conflito com o governo conservador espanhol de Mariano Rajoy, contrário a essa votação.
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A menos de 80 dias do pleito, as tarefas se acumulam sobre a mesa do Executivo: ainda não há urnas, a lei para regulamentar a votação não foi aprovada, inexiste uma junta eleitoral e se desconhece qual será o censo da votação.
Puigdemont reconheceu que, nessa reta final, vai-se encontrar “a hostilidade permanente do Estado”, que aumentou a pressão judicial sobre o Executivo, interrogando funcionários e empresas contratadas e até acusando uma de suas conselheiras de tentar comprar urnas.
Ainda assim, o presidente se mostrou otimista, convencido de que haverá referendo.
“É difícil ver (…) como se pode impedir milhões de pessoas que querem votar de ir votar”, afirmou.
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* AFP