Milhões de pessoas voltarão os olhos para a atleta catarinense Raquel Kochhann nesta sexta-feira (26), na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Quando a delegação brasileira desfilar pelo rio Sena, será a atleta do rugby que carregará a bandeira do país, ao lado de Isaquias Queiroz, da canoagem.
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Desde que foi anunciada, no começo da semana, pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) como porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura de Paris 2024, Raquel Kochhann já virou um dos destaques desta olimpíada.
Em entrevista exclusiva, a catarinense de Saudades falou com Yan Pedro, correspondente da NSC nos Jogos Olímpicos, e contou sobre a emoção que sentiu na hora que recebeu a notícia que representaria o Brasil neste momento história para qualquer esportista.
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— A primeira reação foi ficar paralisada porque não me passava pela cabeça que isso poderia ser real. Eu estava tentando entender se realmente isso era verdade. Eu tive esse primeiro momento de: “É verdade, sério? É isso mesmo?” E aí, depois, não tem como eu explicar com palavras, mas por dentro, eu estava tipo um bonequinho correndo loucamente, essa era a sensação — relata.
Raquel Kochhann espera que o Brasil surpreenda no rugby feminino
Raquel contou que ainda não recebeu informações do que vai precisar fazer durante a cerimônia, mas tudo que ela quer é aproveitar este momento.
— A gente fez a nossa preparação para a competição, a nossa preparação com treino técnico-tático, preparação física, isso já tá tudo pronto. Aqui a gente está só afinando alguns detalhes. O que realmente importa é aproveitar esse momento. Depois se precisar ficar o dia inteiro na tina de gelo para fazer uma recuperação, a gente faz para estar pronta para jogar.
Além disso, ela quer mostrar para o mundo e para os brasileiros um esporte diferente. O rugby feminino brasileiro teve sua melhor campanha pré-olímpica. O Brasil caiu numa chave considerada difícil, mas pode surpreender.
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— A nível mundial, a gente vem numa crescente. Esse ano, tivemos a nossa melhor campanha, ficando em 10º lugar. Tudo pode acontecer, não existe um favoritismo, existe um jogo que precisa ser jogado. Nós temos uma chave complexa, assim como as outras. Temos França, Estados Unidos e Japão, todos estão à frente no ranqueamento… quem sabe a gente surpreenda — projeta Raquel.
A lesão no joelho e a recuperação do câncer
Raquel Kochhann é a primeira atleta brasileira a participar das Olimpíadas após se recuperar de um câncer. Em 2022, ela precisou fazer uma cirurgia no joelho, em função de uma lesão. Foi quando descobriu um nódulo no seio.
— Em 100% das situações da nossa vida, elas têm um lado bom e um lado ruim. A lesão do meu joelho, que para um atleta é uma coisa ruim, foi o que me ajudou a descobrir esse câncer de mama. Então, foi uma coisa ruim que veio para o lado positivo — analisa.
A atleta precisou fazer uma mastectomia. Em seguida, veio o diagnóstico que a doença tinha se espalhado para o osso do esterno.
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— Teoricamente, eu estava livre do câncer e, por protocolo, eu precisaria passar pelo setor de oncologia para fazer um tratamento com bloqueadores para que esse câncer não se desenvolvesse em outra região. Foi nesses exames pré-bloqueadores que eu acabei descobrindo um foco secundário, que era no osso esterno. Aí, sim, precisou ser feito todo o tratamento com quimioterapia e radioterapia — relembra.
A vida na roça e o começo no futebol
Raquel Kochhann nasceu no dia 6 de outubro de 1992, tem 31 anos, e é natural de Saudades, cidade que fica na região Oeste do estado. Sua paixão pelo esporte começou com o futebol.
— A gente morava no interior, na roça. A gente não tinha transporte para ir até a cidade, então, quando a gente tinha jogo, o pai e a mãe colocavam eu e meu irmão na garupa da bicicleta e levavam a gente aonde precisava ir. Eles sempre incentivaram e apoiaram muito.
Ela começou no futebol, sendo zagueira das categorias de base do Juventude, em Caxias do Sul.
— Eu tive uma oportunidade de fazer uma seletiva para o Esporte Clube Juventude, que seria jogar num clube maior e talvez ter a chance de chegar numa seleção. O Juventude acabou fechando o departamento feminino e eu foquei nos estudos. Quando eu estava na faculdade, o rugby me descobriu. Fui num primeiro treino e foi literalmente amor à primeira vista.
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*Pablo Brito é estagiário sob supervisão de Diogo Maçaneiro
** Yan Pedro é correspondente da NSC em Paris
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