A diversão do Carnaval pode se transformar em pesadelo para muitas pessoas. Isso porque, desconhecem como curtir a festa sem prejudicar a saúde. A prova disso é que todo ano os casos de alergia, conjuntivite e ceratite (inflamação da córnea) crescem no período do carnaval. É o que mostram os prontuários do Instituto Penido Burnier.
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De acordo com o oftalmologista do hospital, Leôncio Queiroz Neto, o problema é que além das aglomerações nos salões fechados, a maioria das pessoas ultrapassa os próprios limites no Carnaval. Ele diz que o esgotamento da energia nas pistas de dança expõe os foliões ao estresse físico e faz as glândulas supra-renais produzirem mais cortisol.
O hormônio provoca a sensação de visão turva e desfocada. No meio da folia, comenta este sinal de estresse pode até ser confundida com efeito de bebida. A maior produção de cortisol Também diminui a ação das células de defesa da corrente sanguínea, os leucócitos. Resultado: os olhos ficam mais vulneráveis aos processos alérgicos, ataque de vírus e bactérias.
O especialista lembra que estas são doenças passageiras, mas a recorrência pode causar baixa visual permanente, principalmente se for usado um colírio impróprio. Os sinais de algo está errado com os olhos são: coceira, olhos vermelhos, lacrimejamento, fotofobia e pálpebras inchadas.
Precauções higiênicas ajudam, mas não resolvem completamente. Queiroz Neto explica que além de manter as mãos limpas, evitar o compartilhamento de maquiagem e selecionar produtos hipoalergênicos é necessário recompor as defesas do organismo com horas de sono e boa alimentação. Mesmo que o descanso seja feito durante o dia, o médico recomenda escurecer o quarto para garantir a produção da melatonina que protege a visão.
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Outro cuidado ao primeiro desconforto é aplicar compressas frias de água filtrada. Não desaparecendo os sintomas em dois dias é necessário consultar um oftalmologista. Caso contrário, os olhos ficam expostos a maiores complicações.
Cuidados com as crianças
O oftalmologista ressalta que quanto antes uma criança é exposta à química da maquiagem e cosméticos para compor a fantasia carnavalesca, maior é o estrago para a saúde. Isso porque, na infância o sistema imunológico e os olhos estão em processo de maturação e o organismo cria uma “memória” dos alérgenos a que é exposto. Os produtos de higiene pessoal contêm substâncias tóxicas.
Quanto antes acontece a exposição a estas substâncias, maior a chance de ocorrer intolerância ao uso, explica. Por isso, o ideal é só permitir a maquiagem a partir dos 12 anos. O médico lembra que o risco não se restringe ao lápis, delineador, rímel ou sombra. Inclui também o esmalte nas unhas que contém formaldeído, principalmente porque, crianças levam muito as mãos aos olhos.
A dica para enfeitar os pequenos é usar pasta d?água que, além de ser inócua, previne a aparecimento de brotoeja nas peles mais sensíveis. Dois outros vilões para a saúde ocular das crianças são a espuma de carnaval e serpentinas em spray. Isso porque, contêm respectivamente cocobetaína e resinas.
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Se estas substâncias entram em contato com os olhos queimam a córnea. Nos casos de contato acidental, o médico recomenda lavar imediatamente os olhos com bastante água, sem esfregar a superfície ou colocar qualquer substância química e levar a criança a um oftalmologista de plantão.