Que o contexto profissional é um centro de produção de estresse, com níveis altos de competição, prazos curtos, incertezas e instabilidade, todo mundo sabe. Não são poucos aqueles que se sentem sobrecarregados no trabalho ou se mantêm preocupados constantemente com o risco de perder o emprego, sensação ainda mais forte em um ano de crise.
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Todas essas exigências fazem os funcionários se tornarem prisioneiros de hábitos mecânicos e automáticos, explica Eduardo Shinyashiki, autor de livros sobre o universo do trabalho. O resultado dessa situação de excesso de estresse pode levar a uma condição chamada síndrome de burnout. Ela ocorre quando a pessoa chega a um nível de esgotamento físico e mental.
Você pode não conhecer o nome desse distúrbio psíquico, mas certamente já percebeu algum dos efeitos em si mesmo ou em outras pessoas. Vontade de não levantar da cama para ir ao trabalho, críticas constantes em relação às funções do dia a dia, respostas com ironia e até agressividade às demandas dos chefes e colegas são apenas alguns exemplos.
Entenda melhor
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Consultor organizacional e especialista em desenvolvimento das competências de liderança e preparação de equipes, Shinyashiki explica como identificar o problema e algumas alternativas para lidar com a burnout. Confira algumas delas:
Por que estou tão estressado no trabalho?
Porque as mudanças são rápidas e a instabilidade é uma grande ameaça. As exigências e as pressões dos resultados também são pesadas. Todas essas exigências fazem com que as pessoas fiquem estressadas e perdidos no turbilhão do dia a dia. Isso afeta negativamente a vida profissional e pessoal, além da saúde e da realização.
Como identifico se estou no chamado “burnout”?
Os sintomas da síndrome incluem três experiências que representam as dimensões básicas do problema. A primeira é a exaustão emocional, experimentada como um esgotamento: o sentimento de não ter mais energia para trabalhar, sensação de impotência, tensão, impaciência, nervosismo, ansiedade, falta de motivação em relação às atividades profissionais e até depressão. A segunda é chamada de despersonalização e corresponde a uma tendência de reagir de forma fria em relação ao próprio trabalho e às pessoas envolvidas. É um estado mental de distanciamento e de indiferença em relação ao próximo. A terceira particularidade da burnout é o sentimento de insatisfação profissional, resultando em falta de confiança nas próprias habilidades e competências, em menos ambições.
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Sou o único estressado e insatisfeito? como resolver isso?
Você não está só. Não existe mágica para resolver, mas há cuidados consigo mesmo, além de buscar ajuda qualificada.
É importante fortalecer a inteligência emocional e o auto-conhecimento para estimular a automotivação e a persistência diante das decepções e frustrações do dia a dia.
Existe algum jeito de eu tornar meu dia a dia mais leve?
É possível sim ter alguns cuidados no dia a dia. Por exemplo, lembrar dos sonhos. Eles são indispensáveis para a construção do futuro. Quando suas vontades e prioridades são desrespeitadas, a vida se torna cinza e sem graça. Mantenha claro para si quais são os seus objetivos. Lembre-se de cuidar das suas amizades, dos seus relacionamentos e dos seus familiares. Não se isole no cansaço. Cuide do seu lado emocional. Não fique só na intenção. Busque e se dê o que você precisa. E atenção às palavras utilizadas e ao diálogo interno. Frases como “não consigo”, “já tentei”, “não vai dar certo”, “estou cansado”, “é difícil” e tantas outras criam mais desânimo. Precisamos reconhecer que temos o privilégio de fazer escolhas, tomar decisões e promover mudanças. Sempre existirá uma nova perspectiva.
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