Imagens de milhares de conchas amontoadas na Praia Central de Balneário Camboriú ganharam a internet nesta semana. O fenômeno, causado pelas obras de alargamento da faixa de areia, rendeu uma recomendação incomum da prefeitura: a permissão de que a comunidade recolha parte delas.
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— Se fosse em qualquer outro momento eu diria para não levar embora, porque as conchas fazem parte do oceano, o lugar delas é no mar. No entanto, a quantidade que veio é tanta que está acumulando, então não tem problema. É detrito biológico — explicou a secretária de Meio Ambiente de Balneário Camboriú, Maria Heloisa Lenzi.
Com autorização ou não, moradores e artesãos já vinham recolhendo as carapaças na areia. Na manhã desta sexta-feira, uma equipe da NSC TV flagrou dezenas de pessoas escolhendo os materiais para usar como objeto de decoração, na maioria dos casos.
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São tantas conchas que Maria Heloisa revela que as que ‘sobrarem’ provavelmente serão retiradas da areia para evitar que banhistas se cortem ao pisar nelas. Quando e para onde elas serão levadas ainda não foi definido.
A tendência a partir de agora é que o surgimento das carapaças seja cada vez menor. Como as conchas ficam na primeira camada do fundo oceânico, o fenômeno era esperado neste começo das operações da draga. Com o aprofundamento do equipamento, elas deixam de ser arremessadas para a orla.
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— Temos equipe de biólogos acompanhando todo esse processo de dragagem que já coletaram esse material e identificaram que as conchas estão vazias, portanto não se constitui como impacto ambiental o aparecimento delas na praia — afirmou a secretária.
Monitoramento
Para o professor de Ecologia e Oceanografia da UFSC, Paulo Horta, o entendimento é outro. Ele destaca a importância de monitorar com atenção as consequências do alargamento da faixa de areia. Conforme o especialista, o surgimento das conchas pode ser só a “ponta do iceberg”, um reflexo do impacto da obra no ecossistema marinho.
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— Esse carbonato de cálcio [componente das conchas] é responsável pelo efeito tampão, pela estabilidade biogeoquímica do mar. Se retiramos todo esse carbonato, comprometemos a manutenção do PH da água. Uma pessoa tirar é uma coisa, agora dezenas, milhares… — pondera.
A obra
A colocação da areia começou no domingo (22). A expectativa é ampliar a faixa destinada aos banhistas em cerca de 100 metros por dia. Até agora, aproximadamente 500 metros da praia foram alargados.
Quem acompanha a obra de perto percebe a cor da areia mais escura. É porque chega muito molhada à orla. Nas próximas semanas, conforme for secando, deve clarear, segundo a prefeitura de Balneário Camboriú.
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