O argentino Claudio Vallejos, de 53 anos, apontado como torturador durante o regime militar que assombrou o seu país na década de 1970, deverá ser transferido nos próximos dias para a carceragem da Polícia Federal, em Florianópolis.

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A informação é de Marcio de Oliveira, diretor do Presídio Masculino de Lages, para onde Vallejos foi levado após se envolver em confusão na cadeia de Xanxerê, no Oeste, onde ficou depois de ser preso por estelionato na região, em janeiro.

Em entrevista concedida à Revista Senhor, em 1986, Vallejos admitiu ter participado, dez anos antes, na condição de motorista do Serviço de Informação da Marinha Argentina, da prisão do pianista brasileiro Francisco Tenório Cerqueira Junior, o Tenorinho, que tocava em Buenos Aires com o amigo Vinicius de Moraes.

Misteriosamente, Tenorinho nunca mais apareceu. Vallejos também é suspeito de ter participado de torturas e mortes de civis na ditadura militar argentina.

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Morando nos últimos anos em Chapecó, no Oeste, Vallejos foi preso no dia 4 de janeiro por estelionato na região e ficou recluso na cadeia de Xanxerê, mas se envolveu em confusão e foi transferido em 27 de fevereiro para o Presídio Masculino de Lages. No dia seguinte, a Polícia Federal divulgou que a Interpol havia confirmado que Vallejos é mesmo o ex-torturador argentino.

Assim, o governo do país vizinho pediu a extradição de Vallejos. O pedido chegou ao Palácio do Itamaraty e, em 22 de maio, o caso foi repassado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Nove dias depois, o ministro Gilmar Mendes decretou a prisão administrativa de Vallejos para garantir que ele fique preso enquanto aguarda o processo de extradição, que não há prazo para ser julgado.

Na última terça-feira, Vallejos foi a uma audiência na Justiça Federal, em Lages, e manifestou o desejo de ser levado a uma carceragem da Polícia Federal. Segundo o diretor do presídio, o pedido teria sido aceito e a transferência para Florianópolis deve ocorrer na próxima semana.

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