Preso há nove dias por tráfico de drogas em Viamão, no Rio Grande do Sul, o ex-soldado do Exército dos Estados Unidos, David Beckhauser Santos Herold, o Americano, teve esta semana uma nova ordem de prisão decretada pela Justiça em Florianópolis.

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Até ser detido no RS, ele respondia em liberdade à acusação de ter matado a tiros na Capital catarinense Thiago Polucena de Oliveira, 24 anos, em 26 de março de 2014 no Morro do 25, no bairro Agronômica.

Vestidos com roupas pretas e se dizendo policiais civis, dois homens armados dispararam contra a residência, mataram Polucena e também um cão pitbull.

Segundo a Polícia Civil, a morte de Polucena seria a mando de traficantes para assumir ponto de drogas no local, mas Herold e o outro acusado negam envolvimento no assassinato.

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A decisão do juiz sobre a nova prisão saiu na última quarta-feira a pedido do promotor Wilson Paulo Mendonça Neto do Ministério Público de Santa Catarina.

O promotor entendeu que Herold descumpriu uma das medidas cautelares que havia sido imposta a ele de que não se ausentasse da Comarca sem autorização judicial.

Essa era uma das condições pelas quais a Justiça havia lhe dado o direito de aguardar ao julgamento da morte de Polucena em liberdade.

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Na quinta-feira, o juiz da Vara do Tribunal do Júri, Marcelo Pons Meirelles, decidiu revogar o benefício e diante da notícia de que Herold praticou outros crimes no estado vizinho decretou novamente a prisão preventiva do acusado.

TREINAMENTO DE CRIMINOSOS NO MORRO DO 25

No despacho do juiz a que o DC teve acesso consta que o ex-soldado é suspeito de treinar criminosos no Morro do 25, em Florianópolis, em razão de ter servido ao Exército norte-americano de 2008 a 2013.

“Primordial aqui destacar que os relatórios do inquérito policial apontam o acusado como responsável pelo treinamento de criminosos na localidade do “Morro do 25″, eis que possui extenso conhecimento bélico por ter servido o exército norte-americano na guerra do Afeganistão”, diz o juiz Meirelles.

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O ex-soldado segue preso no RS, onde foi preso por tráfico de drogas num sítio com outras cinco pessoas.

Além da morte de Thiago Polucena, Herold responde a uma ordem de prisão temporária de 30 dias por tráfico de drogas em Florianópolis a pedido da Delegacia de Combate às Drogas (Decod), que o investiga por causa de uma apreensão de 10 quilos de maconha no Sul da Ilha.

Herold também é suspeito de matar em abril deste ano o traficante Tiago Cordeiro, o Calcinha, que era braço-direito de Sérgio de Souza, o Neném da Costeira, um dos principais traficantes de Santa Catarina. Ele também nega esta morte, investigada pela Delegacia de Homicídios.

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