A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta terça-feira, o ex-senador Gim Argello (PTB-DF), durante a 28ª fase da Operação Lava-Jato. Deflagrada na madrugada, a nova etapa da investigação ocorre nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
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Ao todo, foram expedidos 21 mandados judiciais, sendo dois de prisão temporária, um de prisão preventiva, 14 de busca e apreensão e quatro de condução coercitiva. As medidas estão sendo cumpridas na capital de São Paulo, capital do Rio de Janeiro, Taguatinga e Brasília.
Os mandados de prisão temporária são contra dois ex-assessores de Argello: Valério Neves Campos, que foi ainda assessor da Família Roriz, e Paulo Cesar Roxo Ramos, que seria um operador do esquema.
Batizada Vitória de Pirro, esta fase apura indícios de que o ex-senador, como integrante da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada no Senado Federal e também da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) instaurada no Congresso _ ambas criadas em 2014 com o objetivo de investigar irregularidades dentro da Petrobrás _ teria atuado de forma decisiva para evitar a convocação de empreiteiros para prestar depoimentos mediante a cobrança de pagamentos indevidos travestidos de doações eleitorais oficiais em favor dos partidos de sua base de sustentação.
As informações teriam sido obtidas a partir da delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, que é ex-presidente da UTC.
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A Lava-Jato apurou que a OAS e a UTC pagaram propinas de R$ 350 mil e R$ 5 milhões, respectivamente, a Gim Argello para que seus executivos e representantes não fossem intimados para depôr na CPI da Petrobras. O ex-senador distribuía o dinheiro aos partidos do bloco, chamado União e Força, que era liderado por ele _ mesmo grupo que atualmente é liderado pelo senador Fernando Collor. Os integrantes do bloco são do PTB, PR, PSC e PRTB.
Em 2014, Argello chegou a ser indicado para ocupar o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), mas acabou desistiu de disputar uma vaga após manifestações contrárias de servidores e ministros da Corte.
Uma entrevista coletiva está marcada para as 10h na Superintendência Regional da PF em Curitiba.
