O ex-secretário da Casa Civil do Governo de Santa Catarina Douglas Borba e mais dois presos na Operação O2, os advogados Leandro Barros e Cesar Augustus Thomaz, foram transferidos neste sábado (13) da Penitenciária de Florianópolis para celas especiais no Centro de Ensino da Polícia Militar, também na Capital.
Continua depois da publicidade
Os três foram presos preventivamente na segunda fase da Operação O2, deflagrada no último dia 6 de junho. A força-tarefa investiga irregularidades no processo de compra de 200 respiradores feito pelo Governo de Santa Catarina por R$ 33 milhões com pagamento antecipado durante a pandemia de coronavírus.
A transferência dos presos foi autorizada pelo juiz da Vara Criminal da Região Metropolitana, Elleston Lissandro Canali. Segundo a decisão, os três têm prerrogativa de permanecerem detidos em Sala de Estado-maior porque são advogados, e o Centro de Ensino da PM é o que mais se assemelha a este conceito.
O advogado de Borba, Giancarlo Castelan, confirmou a transferência. Ele afirmou que o ex-secretário e os outros dois presos foram levados para o Centro de Ensino da PM no fim da tarde deste sábado.
O ex-chefe da Casa Civil Douglas Borba é investigado por usar a força a política do cargo que ocupava para favorecer a negociação dos respiradores com a empresa Veigamed. Já os advogados Leandro Barros e Cesar Augustus Thomaz teriam atuado como articuladores da operação junto ao Estado. Uma das alegações da Justiça para os pedidos de prisão preventiva foi a destruição de provas.
Continua depois da publicidade
Análise: A Controladoria falhou no caso dos respiradores, mas parte da culpa é da Alesc
Além de Borba, Leandro Barros e Cesar Augustus Thomaz, mais três pessoas foram presas preventivamente na segunda fase da Operação O2, entre elas o vereador Davi Perini Vermelho, presidente da Câmara de Vereadores de São João do Meriti (RJ). Ele teria vínculo com a empresa Veigamed e participou da venda dos respiradores ao Estado.
Segundo as investigações da força-tarefa, Borba “se utilizou da força política que detinha e da ascendência sobre as demais secretarias de Estado e servidores” para introduzir, por meio do advogado Leandro Barros, de quem seria amigo, pessoas que articularam a compra “no coração do órgão que estava centralizando a aquisição de insumos e equipamentos, culminando no desvio dos valores do Estado de Santa Catarina”.
Essas pessoas seriam o empresário Fábio Guasti (empresário intermediador) e os demais representados a ele vinculados – Pedro Nascimento Araújo (CEO da Veigamed) e César Augustus Thomaz Braga Martinez (advogado da Veigamed). Ainda conforme a força-tarefa, já era de conhecimento dos envolvidos a impossibilidade de entrega dos produtos negociados.