A ex-presidente sul-coreana Park Geun-hye compareceu nesta quinta-feira a um tribunal de Seul que deve se pronunciar sobre sua possível detenção no escândalo de corrupção que provocou seu impeachment.

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Park, 65 anos, não falou com os jornalistas que a aguardavam na entrada do tribunal.

Uma prisão preventiva representaria mais um revés para Park, que obteve um resultado recorde na eleição presidencial de 2012 e se tornou a primeira mulher a governar a Coreia do Sul.

A queda em desgraça da ex-presidente começou em meados de 2016, quando foi revelado que sua melhor amiga, Choi Soon-sil, que nunca ocupou nenhum cargo oficial, aproveitou sua influência para obter milhões de dólares de grandes empresas sul-coreanas.

O escândalo levou a Assembleia Nacional a destituir a presidente em dezembro, o que acabou com a imunidade de Park e abriu caminho para uma investigação.

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Depois que o Tribunal Constitucional confirmou em 10 de março o impeachment, a Procuradoria interrogou a ex-presidente na semana passada, em uma audiência de 21 horas, antes de solicitar sua prisão.

“A acusada abusou de seus grandes poderes e de seu status de presidente para receber subornos das empresas ou para violar o princípio da liberdade de gestão empresarial e filtrar informação confidencial importante sobre assuntos do Estado”, afirmou a Procuradoria em um comunicado, no qual considera Park uma cúmplice de Choi.

A ex-presidente nega todas as acusações e afirma que Choi traiu sua confiança

Se o tribunal do distrito central de Seul aceitar o pedido da Procuradoria, Park será o terceiro ex-chefe de Estado da Coreia do Sul detido por um caso de corrupção.

Chun Doo-Hwan e Roh Tae-Woo cumpriram penas de prisão nos anos 1990 por motivos similares. O ex-presidente Roh Moo-Hyun, eleito democraticamente, cometeu suicídio em 2009, quando ele e a família eram investigados por corrupção.

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Durante o trajeto para o tribunal, exibido ao vivo pelos canais de televisão, a ex-presidente recebeu demonstrações de apoio nas ruas de Seul.

A audiência deve durar muitas horas. “Não chegamos nem na metade”, disse o advogado de Park à agência Yonhap depois da pausa para o almoço.

Ao final da audiência, os juízes devem deliberar e Park aguardará o resultado em um centro de detenção. Os magistrados têm prazo de 24 horas para um pronunciamento.

* AFP