Os sócios do Joinville votaram, na última segunda-feira (20), pela suspensão por dois anos do ex-presidente Jony Stassun das atividades no clube. A votação foi realizada na CDL em função de um recurso apresentado por Jony. Em agosto, ele recebeu condenação no Conselho Deliberativo por gestão temerária durante o período em que foi responsável pelo clube (2016 a 2018). Foram 25 votos de associados no total, sendo 13 a favor da suspensão, 10 contra e duas abstenções. Desta forma, o ex-presidente está impedido de retornar ao Conselho Deliberativo, órgão que pediu saída recentemente, assim como assumir cargo em diretoria e figurar no quadro de sócios.

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No cerne do julgamento estava uma suposta dívida de R$ 5,2 milhões, alegada pelo ex-presidente, que o JEC pede anulação na justiça. O relator do processo, Maycon Truppel, alegou que Jony realizou contratos de empréstimos ao clube e assinou como devedor (presidente do clube) e credor (pessoa física) – sem comprovar em documentos contábeis os valores cobrados. A defesa do ex-presidente afirmou que as contas foram aprovadas anteriormente. Também foram questionados os ritos do processo, afirmando que não houve o devido processo legal e o respeito ao contraditório.

Antes do início da votação, o presidente do JEC, Charles Fischer, declarou apoio à absolvição de Jony. Em outubro, conforme revelou a defesa do ex-presidente, Jony ajudou a pagar o salário do elenco de jogadores. Ao repórter Bernardo Gonçalves, Charles confirmou a informação e disse ainda que o jogador Ramires, ex-JEC, também ajudou a quitar os vencimentos.

Jony ofereceu acordo para redução da dívida cobrada

Nas últimas semanas e também durante a defesa na assembleia de sócios desta segunda-feira, Jony Stassun propôs reduzir a dívida cobrada de R$ 5,2 milhões para R$ 3 milhões. Desse montante, R$ 1 milhão – referente à dívida com empresa gerida por Stassun – seria pago com receitas vindas de patrocínio no uniforme, placas de publicidade na Arena e CT do Morro do Meio, carga de 50 ingressos por jogo e liberação de um camarote nos próximos dois anos (2022 e 2023).

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A outra parte, em torno de R$ 2 milhões, seria quitada a partir de várias fontes de receita diretamente ao ex-dirigente. Uma das formas seria o pagamento de R$ 3 mil mensais – descontando R$ 500 como valor de mensalidade de Conselheiro a Jony. O clube também teria que transferir a Stassun 5% das cotas recebidas pelo clube pela participação na Copa do Brasil e de outras cotas de televisão. 

Discussão sobre suposta dívida segue na justiça

A suspensão do ex-presidente Jony Stassun, com base na acusação de gestão temerária, pode ser fundamental na ação na justiça em que o clube pede anulação de uma suposta dívida de R$ 5,2 milhões – alegada por Jony.

— Será um processo longo, que caberá recursos de ambos os lados, podendo se estender até ao STF — disse Jony à reportagem da CBN Joinville.

Neste momento, em razão do posicionamento da auditoria contratada pelo clube, o valor milionário não aparece no balancete no clube.

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*Com informações de Rodrigo Rochadel, do SouJEC.