O ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif se dispôs ontem a formar um governo de coalizão após a vitória de seu partido nas eleições de sábado, marcadas por grande participação do público, apesar de episódios de violência.
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O retorno ao poder de Sharif, deposto pelo golpe de Estado perpetrado por Pervez Musharraf em 1999, espera oficialização da comissão eleitoral, mas resultados parciais deram como certa sua vitória e a de seu partido, a Liga Muçulmana (PML-N).
Seu principal adversário, o Movimento para a Justiça (PTI), do ex-astro do críquete Imran Khan, ganhou o apoio de jovens e da classe média após prometer pôr fim à corrupção do país. Derrotado, no entanto, reconheceu a vitória de Sharif:
– Felicito a toda a nação por ter participado de um maciço processo democrático – declarou Khan, ressaltando a possibilidade de algumas fraudes na votação, sobre as quais o PTI “publicaria uma relatório”.
O Partido do Povo Paquistanês (PPP), no poder pelos últimos cinco anos, foi praticamente eliminado do mapa político do país, exceto em seu bastião, na província de Sinud.
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O presidente afegão, Hamid Karzai, parabenizou a nova gestão e pediu auxílio para negociar com os talibãs o fim da rebelião que assola o país desde 2001, problema compartilhado com o Paquistão.
Eleições históricas tiveram 60% de participação popular
O pleito, considerado histórico, permitirá pela primeira vez que um governo civil entregue o poder a outro após um mandato de cinco anos.
A participação nas eleições foi próxima a 60%, de acordo com a comissão eleitoral, apesar das ameaças do movimento talibã de ataque aos pontos de votação.
Depois de serem apurados mais da metade dos votos, canais de TV paquistaneses indicaram que o partido de Sharif obteria mais de 115 das 272 cadeiras do parlamento.
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A PML-N não alcançou, portanto, a maioria absoluta e deverá entrar em negociações com os outros partidos para formar uma coalizão.