A Polícia Federal (PF) cumpre nesta quinta-feira (4) a segunda fase da Operação Venire, sobre a suposta fraude nos cartões de vacinação da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022. O secretário estadual de Transportes do Rio de Janeiro e ex-prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB), é alvo da ação. As informações são do g1.

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A PF investiga a suposta fraude após sistemas do Ministério da Saúde indicarem que Bolsonaro recebeu duas doses de vacinas contra a Covid-19, em 13 de agosto e em 14 de outubro de 2022. As doses teriam sido aplicadas no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias.

De acordo com a PF, a suposta falsificação seria para garantir a entrada de Bolsonaro, familiares e auxiliares próximos nos Estados Unidos, burlando a regra de vacinação obrigatória. O então presidente deixou o país no penúltimo dia de mandato.

Os dados foram inseridos no sistema em 21 de dezembro, conforme a PF, pelo então secretário de Governo de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha. Seis dias depois, as informações foram removidas por Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, sob alegação de “erro”.

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Justamente neste dia, 27 de dezembro, um computador cadastrado no Palácio do Planalto acessou o ConecteSUS para gerar os certificados de vacinação para impressão.

Na ocasião, Bolsonaro afirmou que não tomou vacina e que não houve adulteração nos registros de saúde dele e da filha.

Mandados cumpridos nesta quinta

Nesta quinta, mandados de busca e apreensão foram emitidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), com o objetivo de “buscar a identificação de novos beneficiários do esquema fraudulento”.

Além de Washington Reis (MDB), a secretária de saúde do município, Célia Serrano, também é alvo da operação. A secretaria Estadual de Transportes, o governo do Estado do Rio e a prefeitura de Duque de Caxias ainda não se manifestaram.

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À GloboNews, Washington negou envolvimento no esquema.

Operação Venire

A primeira fase da operação foi deflagrada pela PF em maio do ano passado, com 16 mandados de busca contra Jair Bolsonaro. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, e ouros cinco suspeitos foram presos: o sargento Luis Marcos dos Reis, que era da equipe de Mauro Cid; o ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros; o policial militar Max Guilherme, que atuou na segurança presidencial; o militar do Exército Sérgio Cordeiro, que também atuava na proteção pessoal de Bolsonaro; e o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha.

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O esquema teria adulterado os cartões de vacina do então presidente Bolsonaro; da filha mais nova dele, Laura; de assessores do então presidente; e do deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ), irmão do então prefeito de Duque de Caxias.

A operação foi nomeada Venire, segundo a PF, em referência ao princípio “Venire contra factum proprium”, que significa “vir contra seus próprios atos”. A Polícia Federal diz que esse é um princípio base do Direito Civil e do Direito Internacional, que veda comportamentos contraditórios de uma pessoa.

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