O ex-prefeito de Major Vieira, Orildo Antônio Severgnini, foi condenado a 100 anos de prisão pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e fraude a licitação no Planalto Norte de Santa Catarina. A decisão é passível de recurso pela defesa do político.
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Segundo o Ministério Público de Santa Catarina, Severgnini foi condenado pela Vara Criminal da Comarca de Canoinhas a 98 anos e quatro meses de reclusão em regime inicial fechado e mais dois anos e nove meses de detenção em regime inicial aberto.
A sentença reconheceu que o ex-presidente da Federação Catarinense dos Municípios (Fecam) cometeu 134 vezes o crime de peculato, 22 vezes o delito de lavagem de dinheiro e ainda fraude a licitação.
Todos os crimes foram investigados pelo MP dentro da segunda fase da Operação Et Pater Filium, que também já prendeu os prefeitos de Bela Vista do Toldo, Adelmo Alberti (PSL), e de Canoinhas, Beto Passos (PSD).
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Na mesma sentença, publicada na última quarta-feira (30), a Justiça também condenou o filho do prefeito, Marcus Vinicius Brasil Servegnini, a mais de 30 anos de prisão pela participação em parte dos crimes, de acordo com o MP.
Também foram condenados dois empresários, que não tiveram os nomes divulgados pelo MP. Um deles recebeu pena de 36 anos e 11 meses de reclusão e o outro teve sentença reduzida por ter colaborado com a investigação, tendo sido condenado a dois anos e dois meses de prisão.
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No caso do ex-prefeito de Major Vieira e seu filho, foi a segunda condenação resultante da operação Et Pater Filium. Em agosto de 2021, eles foram sentenciados, respectivamente, a 57 e 41 anos de prisão, e ao pagamento de R$ 5,7 milhões por danos morais coletivos ao município do Planalto Norte.
A reportagem ligou para o escritório do advogado de defesa do prefeito na tarde desta quinta-feira (31), mas não conseguiu contato até o momento.
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Segunda fase da operação
Os fatos envolvendo os réus foram apurados na segunda fase da Operação Et Pater Filium, em 13 de agosto de 2020 pelo MPSC, por meio da Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos, do Grupo Especial Anticorrupção (GEAC) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO).
Nesta fase, foi apurada fraude a licitação para a pavimentação asfáltica de uma rua de Major Vieira, e o desvio de bens, serviços e valores públicos em uma série de oportunidades, além do crime de lavagem de dinheiro por meio de empresa de fachada e transferência de bens móveis e imóveis.
A sentença na ação penal foi publicada nesta quarta-feira, um dia após ser deflagrada a sétima fase da Operação Et Pater Filium, com o cumprimento de 14 mandados de prisão e 47 mandados de busca e apreensão nos municípios de Canoinhas, Bela Vista do Toldo, Itaiópolis, Porto União e Bituruna (PR).
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