Um emprego estável, dinheiro na conta e um sonho na cabeça. Assim estava a vida de Francis Ferlin em 2016. Nascido em Campo Erê, no Oeste de Santa Catarina, ele tinha completado uma década como policial militar quando decidiu largar a farda. Raspou a conta bancária e se jogou de cabeça em um negócio próprio. Hoje fatura milhões de reais com uma empresa de acessórios para celulares.
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Criado com a crença de que sucesso profissional estava atrelado a emprego no serviço público, Francis, de 38 anos, sempre teve veia criativa para o empreendedorismo. Quando jovem chegou a produzir eventos e desenvolver um jornal. Mas conforme a idade chegou, deixou a cidade pequena e foi fazer faculdade de Direito em Chapecó, onde mora atualmente.
Era a hora de seguir os ensinamentos dos pais e estudar para concursos. Ele se formou, ingressou na Polícia Militar e passou 10 anos servindo na corporação, mas o desejo de ter a própria empresa nunca deixou de existir. E em uma ida ao mercado, já casado e com a sonhada vida estabilizada que a família esperava, viu uma lojinha de itens para smartphones à venda.
A mão coçou e não deu outra. Os R$ 50 mil guardados para quitar o apartamento dele e da esposa, uma veterinária, virou entrada para adquirir o negócio. Nem Francis nem Monique Berticelli tinham experiência de gestão. O marido pediu licença da PM e ela ficou em um dos dois empregos fixos que tinha na época. Assim conseguiram administrar a loja de acessórios para celular.
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Deu tão certo que logo começaram a crescer.
— No final do ano que tínhamos comprado a primeira loja, em 2016, já abrimos a segunda. Foi bem rápido. Fizemos mudanças, colocamos nossa cara. Aí procuramos estudar, nos aperfeiçoar e resolvemos abrir a terceira, em 2019. Hoje a Itcase tem cinco anos — comemora o empresário.
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Faturamento nas alturas
O potencial da empresa chamou atenção e um sócio de juntou ao casal. Surgiram os pedidos para levar a marca a outros estados e decidiram então entrar no universo das franquias. Quando estavam prontos para ir mais longe, surgiu o coronavírus. E foi no cenário que o negócio criado e aprimorado por Francis explodiu. Fecharam 2020 com faturamento de R$ 2,2 milhões.
— Nós já tínhamos planejado tudo e veio a pandemia. Lógico que houve recuo para todo mundo, mas nós vimos como uma oportunidade. Como estávamos preparados, então alguns pontos que a gente nem imagina que conseguisse, por exemplo em shoppings onde outros negócios fecharam, foram surgindo. Pisamos no acelerador e saltamos de três para oito lojas próprias, bem em março de 2020 — conta.
Com a chegada de mais um sócio, uma aceleradora entrou para o time e hoje a franquia conta com 12 lojas abertas, além de outras 18 vendidas em fase de implantação. Cerca de 30% dos produtos comercializadas pela empresa carregam a marca e o design criado por Francis. Quem tem interesse em abrir o negócio com o DNA catarinense precisa desembolsar a partir de R$ 90 mil. Em 2021, a empresa deve movimentar R$ 6 milhões. E conforme o tempo passa, os planos se tornam ainda mais audaciosos.
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— Queremos chegar ao final do ano com 70 lojas vendidas e aí a gente se torna o maior do Brasil no nosso segmento. E, nos próximos três anos, queremos chegar a 300. Essa é a nossa missão: pegar o primeiro lugar do país esse ano ainda e o top do ranking mundial em três anos — projeta Francis.
O susto no rosto de quem o viu largar a farda e a vida estável rendeu ao empresário o título de louco da família. O pai hoje está tranquilo com a decisão do filho. O que fez o negócio dar tão certo na visão do empreendedor, foi a confiança no projeto, seguida por preparação técnica e formação de uma equipe competente. Aliado a produtos diferenciados e bom atendimento, o sucesso chegou.

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