O ex-número dois da guerrilha maoista Sendero Luminoso (SL), Osmán Morote, deixará a prisão nos próximos dias, após passar os últimos 30 anos cumprindo pena por terrorismo no Peru, segundo sentença judicial que determinou sua soltura imediata.
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“Osmán Morote cumpriu sua pena em excesso”, disse à AFP um dos advogados da cúpula da organização desarticulada, Manuel Fajardo, após confirmar a decisão judicial que determinou a libertação.
A sentença favorável a Morote, que cumprirá 73 anos em abril, dispôs, no entanto, que ele deverá cumprir prisão domiciliar até terminar o julgamento por um atentado em 1992 pelo qual é processado juntamente com os demais líderes do Sendero Luminoso.
O Instituto Nacional Penitenciário informou que Morote será solto quando receber um informe policial indicando onde cumprirá a prisão domiciliar.
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“Pedimos a suspensão da soltura”, reagiu, por sua vez, o procurador para casos de terrorismo, Milko Ruiz, em declarações à emissora canal N.
Considerado um dos dirigentes históricos do SL, Morote está preso desde 1988 e deveria ter sido libertado em 2013, ao cumprir sua pena de 25 anos. Mas desde então, a Justiça abriu três novos processos contra ele e determinou sua prisão preventiva, uma medida já insustentável, por ultrapassar o tempo máximo legal permitido de 36 meses.
A Sala Penal Nacional revogou a prisão preventiva e declarou sem fundamento um pedido de ampliação por outros 12 meses, segundo a resolução judicial.
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A sentença que determina a soltura inclui outros dois membros do grupo maoista: Margot Liendo e Victoria Trullio, cujas penas de 25 e 20 anos, respectivamente, também foram concluídas. Liendo também deverá cumprir prisão domiciliar.
Parte da cúpula do SL começou a deixar a prisão em 2017, ao completarem penas de até 25 anos, mas Morote seria o dirigente mais elevado a obter a liberdade.
O fundador e líder do grupo, Abimael Guzmán, de 82 anos, cumpre pena de prisão perpétua desde 1992.
* AFP