Preso em flagrante nesta quarta-feira (19) pelo assassinato da professora Elenir de Siqueira Fontão, 49 anos, dentro da escola onde ela era diretora, em Florianópolis, o ex-namorado da vítima foi atuado em flagrante por três crimes: feminicídio, tentativa de homicídio e cárcere privado. Segundo o Tribunal de Justiça (TJ-SC), ele passará por audiência de custódia na tarde desta quinta.
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Elenir foi morta a facadas na tarde desta quarta-feira no banheiro do colégio Januária Teixeira da Rocha, no Campeche, no Sul da Ilha. Ela trabalhava na escola há 14 anos. O ex-namorado dela, de 40 anos, invadiu o local e cometeu o crime. Ele foi preso pouco depois, e levado ao Hospital Govenador Celso Ramos, em Florianópolis, pois apresentava ferimentos. O homem recebeu alta médica no início desta tarde, conforme o TJ-SC.
De acordo com a delegada Eliane Chaves, diretora da Polícia Civil na Grande Florianópolis, o homem foi autuado em flagrante pelo feminicídio da ex-namorada, pela tentativa de homicídio de um morador que tentou ajudar a vítima durante o ataque e também acabou esfaqueado, e pelo crime de cárcere privado por ter prendido a professora no banheiro.
Agora, na audiência de custódia, a Justiça decidirá se a prisão em flagrante será convertida em preventiva.
A identidade do ex-namorado apontado como autor do feminicídio não foi divulgada pela Polícia Civil em razão da lei de abuso de autoridade.
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Histórico de violência
O homem apontado como autor do feminicídio já tinha sido denunciado pela professora à polícia por ameaça de morte e agressão sofridas ao longo do relacionamento e, além disso, também já havia sido indiciado por ameaça e lesão corporal contra outra mulher com quem se relacionou antes de Elenir. O caso que culminou nos indiciamentos ocorreu em 2014, na cidade de São José, Grande Florianópolis.
Em novembro de 2017, foi a professora quem o denunciou, após ter sofrido ameaças de morte. Depois, em novembro de 2019, a vítima denunciou novamente o então namorado, outra vez por ameaças, e também por agressão e por furto.
Em entrevista ao NSC Total na manhã desta quinta, a delegada Daiana da Luz, da Dpcami de Palhoça, afirmou que em ambos os casos os boletins de ocorrência não geraram investigações da polícia. Isso ocorreu porque as denúncias foram tratadas como ameaças, pois a vítima não apresentava lesões. Nessas situações, a abertura de inquérito depende da representação da mulher, mas a professora preferiu não dar prosseguimento aos casos.
Elenir tinha 49 anos e deixou dois filhos adultos de um casamento anterior. O velório ocorre na capela da igreja do Ribeirão da Ilha, no Sul de Florianópolis, e o enterro está marcado para as 15h no cemitério do Ribeirão.
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