O ex-ministro e empresário Shahid Khaqan Abbasi foi nomeado nesta terça-feira o primeiro-ministro do Paquistão durante uma votação no Parlamento em substituição a Nawaz Sharif, destituído na sexta-feira pela Corte Supremo.
Continua depois da publicidade
Abbasi, que era o grande favorito, obteve o apoio de Sharif e de seu partido, a Liga Muçulmana do Paquistão-N (PML-N), majoritário no Parlamento, com 221 votos a favor, muitos mais que os 172 necessários.
A Corte Suprema do Paquistão desabilitou Sharif por um caso de corrupção revelado no ano passado pelos chamados “Panama Papers” – decisão esta que o obrigou a renunciar ao cargo.
A Corte pediu ao Bureau Nacional Anticorrupção que abra uma nova investigação sobre as acusações contra Sharif derivadas do escândalo dos “Panama Papers” e que vinculavam a família do primeiro-ministro a empresas em paraísos fiscais.
Continua depois da publicidade
Sharif não completou nenhum de seus três mandatos como chefe de governo. Em 1993, teve de renunciar, também por acusações de corrupção. Iniciado em 1997, seu segundo mandato se viu interrompido em 1999, após um golpe de Estado militar. Sharif ficou vários anos exilado na Arábia Saudita.
Nenhum premiê paquistanês chegou a completar um mandato de cinco anos. A maioria teve sua gestão interrompida pelo poder militar, ou pela Corte Suprema. Outros foram expulsos por seu próprio partido, forçados a renunciar, ou assassinados.
Esta é a segunda vez na história do Paquistão que um primeiro-ministro é destituído por intervenção do Supremo estando no cargo.
Continua depois da publicidade
A primeira vez remonta a 2012, quando o tribunal condenou o então premiê, Raza Gilani, por obstrução da Justiça ao se negar a reabrir uma investigação por corrupção contra o presidente na época, Asif Zardari.
* AFP