Durante um culto, o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro pediu aos fiéis da igreja, onde é pastor, para que eles orassem por ele. O motivo é a ação judicial na qual responde. O ato foi realizado na manhã de domingo (19). 

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Ribeiro, que foi preso nesta quarta-feira (22) pela Polícia Federal por acusações de que comandava um balcão de negócios no MEC, é a figura máxima da Igreja Presbiteriana Jardim de Oração, em Santos (SP).

Na fala dominical, ele se referia a um ação no STF em que é acusado de homofobia, após ter dito que adolescentes homossexuais fazem parte de famílias desajustadas, em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo” em 2020.

Ribeiro, apesar disso, disse aos fiéis que não se arrependia do que havia dito.

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— Tem uma ação contra mim por homofobia, porque eu me neguei a permitir que crianças de 6 a 10 anos fossem expostas à ideologia de gênero. Então, não é nada para os irmãos se envergonharem de mim. Quero muito que os irmãos orem por mim. Essa semana devo ir a Brasília, então gostaria de contar com as orações dos irmãos — declarou.

“Ideologia de gênero” é um termo usado por conservadores e pela grande parte dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) para se referir a uma suposta doutrinação que ocorre em escolas contra os conceitos tradicionais de família.

Em seu pronunciamento aos fiéis, Ribeiro também tratou de aspectos administrativos da igreja e relatou que a congregação recebeu de presente um apartamento de uma fiel que morreu. O tema, afirma, seria tratado em uma assembleia extraordinária da igreja no começo de julho.

— Deus permitiu que a igreja pudesse receber esse apartamento, mas para que a gente complete e faça o registro legal do bem, que nós recebemos por testamento, precisamos dizer que nós aceitamos — declarou.

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O pastor disse ainda que era preciso regularizar outros imóveis da igreja, inclusive um terreno abandonado que foi alvo de uma invasão na Baixada Santista. Ele também revelou a intenção de a igreja comprar um prédio próprio para uma filial em Guarujá (SP).

*Por Fábio Zanini, de São Paulo, para Folhapress

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