A polícia holandesa prendeu um ex-militar suspeito de matar integrantes do grupo Estado Islâmico (EI) quando combatia ao lado das forças curdas na Síria, no ano passado – anunciou a Procuradoria nesta sexta.

Continua depois da publicidade

Detido na quarta-feira na cidade de Arnhem (leste), este holandês de 47 anos foi apresentado à Justiça em Roterdã e teve sua liberdade provisória decretada.

“O homem é um ex-soldado, cujo caso foi amplamente coberto pela imprensa e no Facebook no ano passado, devido a seu envolvimento na luta contra o Estado Islâmico”, afirma o comunicado.

“A lei holandesa – salvo em ocasiões excepcionais, como legítima defesa – não concede a seus cidadãos o direito de usar a força e, especialmente, a força letal”, acrescenta.

“Matar um combatente do EI, portanto, pode significar o processo por assassinato”, explica o comunicado.

Continua depois da publicidade

O réu teria combatido na Síria junto das Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG). Essa milícia é acusada pela Anistia Internacional (AI) de expulsar moradores do norte da Síria de suas casas e de demolir esses imóveis.

O gabinete do procurador lembrou que há uma grande diferença entre as pessoas que embarcam para a Síria para combater o EI por sua própria conta e risco e os militares holandeses, que treinam combatentes contra este grupo e bombardeiam posições do EI no Iraque.

“A mobilização (holandesa) e os treinamentos acontecem a pedido do governo iraquiano, e isso supõe a base legal para sua presença lá”, indica a procuradoria.

Holanda faz parte das operações da coalizão no Iraque desde outubro de 2014, incluindo o uso de caça-bombardeiros F-16 no apoio aéreo ao Exército iraquiano.

Continua depois da publicidade

Espera-se que, neste mês, a Holanda estude a possibilidade de se integrar à coalizão de combate ao EI na Síria liderada pelos Estados Unidos.

ndy/jhe/age/tt/lr