Um motorista foi entregar material de construção na casa de Tânia Aguilar, de 40 anos, na manhã desta quinta-feira, mas retornou sem descarregar o caminhão, depois de ser informado por vizinhos sobre o crime que ocorreu no local na noite de quarta-feira, na rua Irmã Maria da Graça Braz, no bairro Paranaguamirim, em Joinville.

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A carga que iria entregar era para a reforma na casa de Tânia. A obra era a realização de um dos sonhos dela, que também comemorava o começo de um novo amor, a felicidade de ter se tornado madrinha recentemente e o casamento da filha mais velha. Mas todas essas alegrias foram interrompidas por um tiro. Na noite de quarta-feira, ela fazia o jantar quando um homem entrou em sua casa e a matou.

O crime ocorreu por volta de 19h20. De acordo com a polícia, Tânia estava com o namorado, Marcelo de Oliveira Vieira de Lima, de 28 anos, quando foi surpreendida pelo ex-marido, Homero Batista Antunes, de 67 anos. O filho dela, de 15 anos, também estava na casa. Segundo o menino e o namorado da vítima, Homero entrou na casa e atirou três vezes contra a mulher e o atual companheiro, mas apenas ela foi atingida. Tânia foi baleada na cabeça e morreu no local.

De acordo com uma vizinha e amiga da família, que não quer se identificar, o menino contou que a mãe e o namorado estavam na cozinha, preparando o jantar. Ele estava no quarto, jogando videogame. Ao ouvir os disparos, se escondeu embaixo da cama. Depois que o suspeito foi embora, correu para a rua em busca de ajuda. Homero então fugiu do local em um carro modelo JACK 3, sedan, na cor branca. A polícia agora faz buscas a procura do homem apontado como autor do crime, mas ele não foi encontrado.

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Tânia Aguilar era professora na Escola de Educação Básica Marli Maria de Souza, onde cuidava de crianças com necessidades especiais, e na Escola Municipal Prefeito Joaquim Félix Moreira, as duas no bairro Paranaguamirim. Natural de Guaratuba, veio para Joinville há oito anos, para viver com Homero. Com ela vieram os dois filhos – nenhum deles é filho do suspeito. A mais velha, Tatiele Karine Aguilar Ramos, de 21 anos, casou há dois meses e não morava mais na mesma casa que a mãe. O filho caçula, de 15 anos, permanecia com Tânia.

Tatiele conta que a mãe já não vivia com Homero há cerca de um ano, mas fazia cerca de três meses que ele havia parado de procurar pela ex-mulher. Há pouco mais de um mês, ela se apaixonou por Marcelo e vivia um novo momento em sua vida. Segundo Tatiele, Homero e a mãe dela tinham um relacionamento difícil. Ele era grosseiro com Tânia.

Tânia foi morta dentro de casa, no Paranaguamirim. Foto: Salmo Duarte/Agência RBS

Uma amiga da família, que não quer ser identificada, acredita que o novo relacionamento de Tânia tenha despertado o ciúmes do ex.

– Eles assumiram o romance e colocavam fotos no Facebook. Acho que isso mexeu com o ex-marido, que não aceitava a separação. O relacionamento dela com Homero era conturbado. Na quarta-feira, ela estava tão feliz. Tudo estava se ajeitando na vida dela, tudo estava dando certo.

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O delegado responsável pelo caso, Dirceu Silveira Júnior, informa que a polícia deve concluir o inquérito nos próximos dias. Segundo ele, familiares do suspeito foram à delegacia nesta quinta-feira e disseram que Homero deve se entregar. O suspeito é policial civil aposentado, da polícia do Estado do Paraná.

A Gerência Regional de Educação de Joinville (Gered) divulgou nota oficial lamentando a morte da professora. Tânia lecionava há quatro anos como contratada na Escola Marli Maria de Souza. Atualmente, dava aula para a turma matutina do nono ano e, à tarde, para os alunos do quarto ano. A escola dispensou estudantes e professores porque muitos irão acompanhar o velório e o enterro, que serão realizados em Guaratuba.

– Minha mãe era um ser humano exemplar, uma batalhadora, que lutou muito para criar os filhos – diz Tatiele, filha de Tânia.