Refundar o PDT, com a passagem do poder aos netos de Brizola, é a tarefa que Carlos Araújo pretende cumprir no retorno ao partido.

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Zero Hora – Quando o senhor vai se filiar novamente ao PDT?

Carlos Araújo – Vou voltar, mas não é para já. Primeiro, preciso me fortalecer de saúde. Como tenho enfisema pulmonar, tenho de estabilizar. Deve ficar para o ano que vem.

ZH – Qual a sua motivação?

Araújo – Sempre achei e continuo achando que o trabalhismo é o caminho para o socialismo. Retorno não para concorrer a cargo público, mas para fazer partido.

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ZH – Qual a avaliação do PDT?

Araújo – O partido vive uma crise, está se afastando das suas raízes históricas. É necessário que ele retome essas raízes que foram segmentadas por Getúlio, Jango e Brizola.

ZH – Mas o que está faltando?

Araújo – A retomada da política com os trabalhadores, os sindicatos, as forças sociais. Hoje, essa prática está deformada. Como o PDT deixou de atuar nesse campo na maioria dos lugares do Brasil, outros partidos ocuparam esse espaço. Está faltando uma luta efetiva por democracia política, social e econômica.

ZH – E os problemas ocorrem desde quando?

Araújo – Depois da morte do Brizola. A direção nacional do PDT está muito afastada das raízes, dos princípios do trabalhismo. O partido não é conduzido pelos princípios do trabalhismo.

ZH – O senhor volta ao PDT por intermédio de quem?

Araújo – Eu volto, principalmente, pelas mãos dos netos do Brizola. O futuro do PDT está com os jovens. A ideia é dar protagonismo a eles.

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ZH – Dilma o incentivou?

Araújo – Dilma não tem nada a ver com isso (a volta ao PDT). É uma questão política minha.