Kim Jong-il, o enigmático líder norte-coreano que governou seu empobrecido país com punho de ferro enquanto desenvolvia um programa nuclear, morreu nesta segunda-feira aos 69 anos.

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Em uma “transmissão especial” efetuada nesta segunda-feira, os meios de comunicação estatais norte-coreanos disseram que Kim morreu no sábado (17), em decorrência de um problema cardíaco. O ataque teria sido derivado de uma “grande tensão mental e física” durante “inspeção de campo de alta intensidade”. Ele estaria a bordo de um trem.

Em infográfico, veja as principais etapas do conflito entre as Coreias:

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Kim sofreu um derrame cerebral em 2008, mas aparentava estar relativamente vigoroso em fotos e vídeos de viagens recentes à China e à Rússia, além de numerosas visitas pelo país documentadas pela imprensa estatal. Acredita-se que o presidente, conhecido por seu gosto por charutos e conhaques, teria diabetes e enfermidades cardíacas.

Imprevisível, eloquente, fanático pelo cinema e amante da boa cozinha, Kim era famoso por haver herdado o poder após a morte de seu pai, Kim Il-sung, em 1994. No Exterior, muitos consideravam o ex-líder um ditador implacável que buscava produzir armas atômicas ao passo que seu povo morria de fome.

Entretanto, a imprensa estatal elogiava o “Querido Líder” como um general talentoso e a “Estrela Guia do Século 21”. O retrato de Kim está exposto junto ao de seu pai em casas e edifícios públicos norte-coreanos. Suas escrituras, principalmente elogios ao pai e chamados à defesa do socialismo, são reportadas e difundidas diariamente pelos meios eletrônicos.

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Os detalhes biográficos sobre Kim são escassos. O líder norte-coreano poucas vezes aparecia em público, mas alguns desertores o descreviam como um orador eloquente e incessante, principalmente ante unidades militares que formavam a base de seu governo.

O arredio Kim assumiu o poder em 1994 depois da morte do patriarca Kim Il-sung, o ditador e fundador da Coreia do Norte. Foi a primeira transferência hereditária de poder em um país comunista.

Kim Jong-il centrou as Forças Armadas em suas crenças políticas, dedicando grande parte dos escassos recursos do país às suas tropas: o Exército do Povo, que com 1,1 milhão de membros, é a quinta maior força militar do mundo. Essa política refletiu claramente nos esforços de Kim por produzir armas nucleares, culminando com o primeiro teste nuclear norte-coreano, em outubro de 2006.

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A Coreia do Norte sofreu com a fome e a pobreza em meados da década de 1990. Acredita-se que milhões de pessoas morreram depois que foi perdida a ajuda soviética. Kim culpava os problemas a potências estrangeiras, transmitindo diariamente propagandas contra os Estados Unidos e o Japão.