Um caderninho de capa preta com o escudo do Timão não esconde: naquela mesa trabalha um corintiano. Um torcedor que vai ter um gostinho extra ao de todos os outros que vão poder ver o Corinthians em Brusque hoje à noite: ele vai receber o time em casa. Ok, não é bem na sua residência, mas é quase. Robson Machado, o Bob, zagueiro brigador criado nas bases do Clube Atlético Carlos Renaux nos anos 1970 hoje trabalha no clube e administra o Estádio Augusto Bauer. Aos 58 anos, é ele o responsável por cuidar das instalações que recebem os jogadores e do gramado onde a bola vai rolar hoje à noite.- É um prazer receber o Corinthians aqui. Nos tempos de Carlos Renaux a gente jogava aqui contra times grandes, em 1976 ou 1977 o Vasco veio e marquei o Dinamite. Mas o Corinthians nunca vi jogar aqui – conta.
Continua depois da publicidade
Embora tenha um carinho pelo Corinthians herdado do pai, Bob diz que vai torcer pelo time da casa. Quer ver o futebol de Brusque dar um passo à frente e a alegria das crianças e adolescentes que participam das escolinhas de futebol no estádio, ansiosos para ver pessoalmente jogadores que costumam assistir pela televisão. Desde a quinta-feira passada que Bob está com a cabeça no jogo de hoje. Controlou o uso do gramado do estádio pelas escolinhas que treinam ali e manteve tudo organizado para receber o evento da Copa do Brasil. Tão criticado há alguns anos, o verde do Augusto Bauer vive um bom momento e está preservado para a partida histórica. O vestiário dois, que será usado pelo Corinthians, passou por uma limpeza geral ontem e está esperando os atletas com suas confortáveis cadeiras de cinema em azul claro e marcadas pelo brasão do Clube Atlético Carlos Renaux. É bem capaz que os visitantes achem que azul, vermelho e branco sejam as cores do Bruscão, locatário do estádio do Vovô, que sonha em voltar ao futebol profissional.E se nos tempos de Carlos Renaux grandes times passaram pelo estádio e jogadores famosos pisaram naquele gramado, a partida pela Copa do Brasil é a maior do Brusque desde a fundação em 1987. Por isso significa tanto para quem vai diariamente ao estádio, do administrador ao vendedor da lanchonete embaixo da arquibancada. É com muito carinho que esses brusquenses cuidam do palco de hoje. Mesmo com pouco dinheiro, Bob diz que o clube faz o possível para manter o Augusto Bauer bonito.
Marcas do tempo nos vestiários
Dos corredores para os vestiários, a pintura novinha das faixas coloridas na parede não tem um defeito, mas marcas nas portas denunciam a quantidade de jogadores e carrinhos que passam por ali.- É uma pena que nunca fecharam o anel da arquibancada e que não deixaram colocar a arquibancada metálica. Dava para colocar 10 mil pessoas aqui nesse jogo – lamenta, mas confiante na boa partida do time da cidade.
Continua depois da publicidade