Mengálvio e Dorval, ex-jogadores do Santos e companheiros de Coutinho, foram os primeiros a chegar ao Salão de Mármore da Vila Belmiro para o velório do lendário centroavante, que se iniciou cerca de 1h da manhã desta terça-feira (12).
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Dorval encontrou com a família de Coutinho ainda na casa do ex-jogador e acompanhou todo o processo até o corpo chegar ao velório. Mengálvio foi direto ao hospital e de lá os dois vieram ao local do velório. Dorval deixou o Salão de Mármore por volta das 2h30min da manhã, mas Mengálvio continuou no local.
O ex-jogador do Santos e da Seleção Brasileira morreu em casa na noite desta segunda-feira (11). A causa apontada, segundo informação da assessoria do Santos, foi um infarto no miocárdio. Além do problema no coração, Coutinho lutava contra diabetes e hipertensão. O enterro do ídolo será ainda nesta terça-feira (12), às 18h, no cemitério Memorial.
Coutinho chegou a ser internado no fim de janeiro com pneumonia. Em 20 de janeiro, a esposa de Coutinho, Vera, explicou à rádio Bandeirantes que o marido se sentiu mal dias antes de ser internado, queixando-se de falta de ar. No hospital, foi diagnosticado um quadro de pneumonia. O ex-jogador também apresentou problemas com a diabetes e com a pressão, mas sem gravidade.
Após uma semana e meia de internação, inclusive com passagem pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Coutinho retornou para casa no dia 28 de janeiro.
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Coutinho vivia relação de amor e ódio com Pelé
Natural de Piracicaba, Antonio Wilson Honório, mais conhecido como Coutinho, foi o mais jovem jogador a atuar nos profissionais do Santos com apenas 14 anos, 11 meses e 6 dias. Durante suas passagens pelo Santos, entre 1958 e 1968 e depois em 1970, Coutinho atuou em 451 partidas oficiais e 16 não oficiais.
Para Coutinho, a parceria Pelé-Coutinho era o equivalente a Lennon-McCartney do futebol. Juntos, eles anotaram 1.461 gols pelo Santos e conquistaram 19 títulos de expressão.
Um entendimento profissional perfeito que todos queriam acreditar também acontecer no pessoal. Não era verdade para os principais nomes dos Beatles. O mesmo valia para a dupla de ataque do maior time da história do futebol brasileiro.
Nos últimos anos de vida, Coutinho se reconciliou com a ideia de falar sobre Pelé e ser fotografado ao lado dele. Mas após pendurar as chuteiras de forma precoce, aos 27 anos, houve tempo em que não queria tocar no assunto.
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— Por favor, não me falem desse cara. Quero que ele se dane! — explodiu em depoimento para a revista Placar em abril de 1987.
Chateado com o Santos
O que incomodava Coutinho era não ser reconhecido pelo que foi. Um dos maiores atacantes da história do futebol mundial e de ter conseguido esse feito mesmo obrigado a parar de jogar aos 27 anos. Em um dia em que havia acordado com o pé esquerdo, perceber que as homenagens só aconteciam quando era citado ao lado de Pelé, o incomodava bastante.
Ele achou uma desfeita ter sido convidado em cima da hora para a festa de centenário do Santos, em 2012. Chegou a dizer que não havia sido chamado pelo clube. Enquanto todos seus antigos companheiros, inclusive Pelé, se divertiam no salão de mármore do clube, o antigo camisa 9 estava no bar, a poucos metros do estádio. Sentado em cadeira de plástico, jogava tranca com amigos e bebia cerveja.
Ter ficado fora chamou mais a atenção do que se estivesse presente e o tornou centro das atenções.