Todo grande esforço merece reconhecimento. O ex-goleiro Silvio Renato Nunes teve que trabalhar em dobro até chegar à condição de titular no Joinville. Isso porque sempre teve um “vilão” dentro das equipes por onde passou. Em 1987, o JEC havia contratado Rodolfo, junto ao Flamengo que, com mais experiência, tirou a vaga de Silvio nos jogos decisivos do Campeonato Catarinense.
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No Grêmio, lhe coube fazer sombra a Danrlei, um dos maiores ídolos da história do clube. Mesmo assim, nas brechas dadas pelo destino, Silvio sempre esteve preparado para se tornar protagonista.
Revelado pela escolinha do América, no Estádio Olímpico, Silvio era o goleiro das peladas organizadas pelos dois irmãos. Fã incondicional de Taffarel, foi em 1985, que ele subiu para a equipe profissional do Joinville.
Levaria mais um ano para vencer a concorrência de Borrachinha e Betão e se tornar o dono da camisa número 1. Com um terceiro lugar no Estadual de 1986 engasgado na garganta, Silvio começou a temporada seguinte a todo vapor. Com saídas precisas do gol, era raro ver o JEC tomar gol de escanteio em 1987.
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Foi do banco de reservas que o arqueiro viu o time superar o Criciúma na decisão daquele ano. Antes de o árbitro José Roberto Wright dar início à partida final, no Heriberto Hülse, os jogadores do Tigre davam sinais de preocupação. Eles pareciam pressentir a grande tarde de domingo de Nardela e companhia.
Aos cinco minutos do segundo tempo, Rocha avançou pela esquerda do gramado e cruzou. A bola encontrou o baixinho Nardela, que levou a melhor contra o zagueiro. A redonda sobrou limpinha para Geraldo Pereira dominar e soltar a bomba com a direita: 1 a 0.
Nardela, mesmo machucado e tendo que jogar boa parte da partida com a cabeça enfaixada, fez um gol antológico para decretar o título do JEC.
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Este foi o último título de Silvio no Joinville. E um dos tantos da carreira vitoriosa que o levou à final de um mundial interclubes contra o Ajax, de Van der Sar. Aliás, foi no Grêmio que o ex-goleiro conquistou os títulos mais importantes da carreira.
Destaque para a Copa do Brasil de 1997, quando, na semifinal, defendeu pênalti de Marcelinho Carioca, do Corinthians, antes de garantir o título da competição diante do Flamengo. Bom de grupo, Silvio tinha presença garantida nos churrascos de Felipão.