O ex-fiscal da Fundação do Meio Ambiente de Blumenau (Faema), Carlos Alberto Gonçalves, preso pela Polícia Civil em flagrante suspeito de pedir propina a construtores no bairro Fortaleza, em Blumenau, confessou que pediu os valores indevidos durante a audiência de instrução do caso, na tarde desta terça-feira, na 2ª Vara Criminal da Comarca de Blumenau.
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A informação foi confirmada pelo advogado de Gonçalves, Franklin de Assis. De acordo com o representante legal do ex-fiscal da Faema, ele prestou depoimento por aproximadamente 30 minutos e teria feito a confissão ao apresentar ajustes nas versões citadas pela polícia e pelas vítimas.
Assis informou ainda que a confissão foi aconselhada pela defesa, na tentativa de reduzir a pena do crime de concussão, que pode ser de dois a oito anos de reclusão, conforme o Código Penal.
Na audiência desta terça-feira, a defesa de Gonçalves entrou com novo pedido de suspensão da prisão preventiva. Representantes do Ministério Público se colocaram contra a liberdade do ex-fiscal. O juíz Frederico Andrade Siegel deve se manifestar sobre o pedido na próxima sexta-feira.
Ainda nesta terça-feira, a Justiça ouviu testemunhas do caso e as vítimas, que são construtores de uma obra no bairro Fortaleza. Agora, as partes têm o prazo de cinco dias para apresentar as alegações finais do processo, para que a data da audiência de julgamento seja marcada.
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Relembre o caso
Carlos Alberto Gonçalves foi preso pela Polícia Civil na tarde do dia 19 de julho, suspeito de cobrar propina para não aplicar uma multa por supostas irregularidades em uma obra no bairro Fortaleza. Segundo a polícia, ele teria pedido dinheiro à uma empreiteira para não aplicar uma multa no valor de R$ 15 mil.
O delegado responsável pelo caso, Lucas Almeida, afirmou que a denúncia foi feita após o fiscal ter pedido R$ 3 mil a uma das vítimas. Policiais fizeram uma operação em frente à obra que seria alvo da multa. A vítima teria acertado de entregar o valor ao fiscal no local, por volta das 17h.
O ex-fiscal está preso preventivamente desde o dia 20 de julho no Presídio Regional de Blumenau e teve dois pedidos de liberdade provisórias indeferidos pela Justiça, em primeira e segunda instância.