Com experiência de duas décadas em diferentes cargos na Fifa, o ex-presidente da Federação de Futebol do Chile, Harold Mayne Nicholls, detalhou as três opções de datas que considera possíveis para a realização da Copa do Mundo no Catar, em 2022. A Fifa vem discutindo a escolha do período em que o Mundial será realizado no país, que entre junho e julho está no auge do verão, com altas temperaturas.

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Mayne Nicholls participou da terceira atração do Seminário Futebol do Futuro, o painel “Business – Futebol Mais que um Esporte”, mediado pelo especialista em administração esportiva Amir Somoggi, e que também contou com o líder da área de projetos especiais da Golden Goal, Saam Momen, e com o coordenador do programa internacional da Fifa em Management e Direito do Esporte, Christian Sujoy.

A partir do conhecimento adquirido pela participação no grupo de inspeção para os mundiais de 2010, 2018 e 2022, o dirigente resumiu o impacto que a realização do Mundial de 2022 terá em todo o mundo do futebol:

– Estamos muito concentrados na Copa do Brasil. Temos de olhar o futuro, a data escolhida para o Catar vai mudar o calendário do futebol.

Qualquer mudança acarretaria alterações nas datas dos campeonatos nacionais, Liga dos Campeões e Libertadores da América. Os três períodos apontados por Mayne Nicholls diferem das datas tradicionais, entre junho e julho. Ele apontou o período entre 20 de maio e 19 de junho como o mais complicado, pois o país estará em período de muito calor. A avaliação é de que seria preciso testar sistemas de ar-condicionado para os estádios antes do evento, além de haver dúvidas sobre como lidar com os torcedores que não vão aos jogos.

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– O Catar não tem nenhum problema em organizar o mundial, o problema são as datas – afirmou.

A segunda opção apresentada é entre 28 de outubro e 27 de novembro, que acarretaria alterações nos campeonatos nacionais e nas eliminatórias da Eurocopa 2024. A terceira possibilidade pensada pelo ex-dirigente da Fifa é entre 6 de janeiro e 6 de fevereiro, que teria menor impacto nos campeonatos sul-americanos, mas colidiria com a Copa Africana de Nações, além de colidir com Jogos Olímpicos de inverno.

– Essas ideias são pessoais, não pertencem a nenhuma organização – ressaltou Mayne Nicholls.

Nicholls negou que tenha sido um erro da Fifa a escolha do Catar como sede de 2022, mas admitiu que houve equívoco do grupo que participou da seleção do país em não avaliar o problema do calendário antes de definir a escolha.

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– Acho que o Catar se apresentou e o erro é que ninguém tenha colocado a questão (do calor e da mudança de datas) se eles ganhassem. Ninguém pode comprovar que eles tenham feito algo que não corresponda a normas legais e morais. Tínhamos de ter avaliado uma série de aspectos. Mas não fizemos e o Catar não tem culpa.

Para discutir as mudanças no futebol, ocorre nesta segunda, entre 8h15min e 19h, no Centro de Eventos do BarraShopping Sul, o Seminário Futebol do Futuro. Integrante do projeto multimídia Liga dos Fanáticos, e promovido pelo Grupo RBS e Santander, o evento traz grandes nomes do futebol mundial para dois turnos de debates para cerca de 500 convidados.

Confira o que pensa um dos palestrantes do dia sobre o papel das estratégias digitais no fortalecimento dos negócios do futebol. E, ao longo do dia, acompanhe tudo em www.zerohora.com, na TVCOM e no site www.ligadosfanaticos.com.br.