O ex-diretor do Procon de Santa Catarina, Roberto Salum, foi indiciado pela Polícia Civil nos dois inquéritos que investigavam denúncias sobre ele. Os indiciamentos foram confirmados nesta sexta-feira (12).
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Um dos inquéritos foi instaurado na Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI) de Florianópolis, e apurava uma denúncia de assédio sexual apresentada contra ele no fim de março. Nesta investigação, ele foi indiciado por assédio sexual, importunação sexual, e porte ilegal de arma.
O segundo inquérito, instaurado pela 1ª Delegacia de Polícia da Capital, apurou crimes contra a honra e intimidação praticadas por Salum. Denúncias e reclamações na Ouvidoria do Estado mostraram a prática de intimidação e pressão psicológica contra servidores do Procon. Esta investigação começou após o registro de um boletim de ocorrência contra ele aberto pelo também ex-diretor do Procon-SC, Tiago Silva.
Salum presta depoimento
O ex-diretor do Procon prestou dois depoimentos na tarde de quinta-feira (11), em Florianópolis. O primeiro foi na DPCAMI, sobre as suspeitas de assédio sexual, e na 1ª Delegacia, em razão do boletim de ocorrência aberto contra ele por Tiago Silva.
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Salum foi depor sozinho. O advogado dele, Claudio Gastão da Rosa Filho, disse que ele preferiu assim “por confiar plenamente na sua inocência”. Além disso, ele diz que, até o momento, a defesa não teve acesso aos inquéritos policiais.
Segundo Salum, a intimação para depor no caso da ação movida por Tiago Silva chegou a ele nessa quarta-feira (10). O ex-diretor reclamou do fato de não ter tido acesso ao inquérito antes de prestar depoimento.
Sobre as denúncias de abuso sexual, ele mantém a versão de que as acusações seriam fruto de uma “armação”. Salum tem acusado o antecessor dele no cargo, Tiago Silva, de ter desviado R$ 18 milhões em multas aplicadas pelo órgão, valor que não teria sido depositado no fundo de reaparelhamento do Ministério Público.
Tiago nega as acusações, diz que não houve desvio e que as acusações de Salum buscariam “desviar a atenção das denúncias de assédio sexual”. Na ocasião, Tiago Silva informou em nota que processaria Roberto Salum pelas acusações, apontadas por ele como falsas.
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Após o depoimento, Salum afirmou que segue confiante por ser inocente e que irá apresentar provas à Justiça.
Nova diretora do Procon é nomeada
A delegada Michele Alves Correa Rebelo deve assumir na próxima segunda-feira (15) a diretoria do Procon catarinense. A nomeação dela consta na página 3 do Diário Oficial do Estado desta sexta-feira (12).
Rebelo ingressou na Polícia Civil de Santa Catarina em 2003, como escrivã de polícia, atuando por seis anos em Lebon Régis, Caçador, Canoinhas, Campos Novos e Chapecó. Em 2008, passou para o cargo de Delegada de Polícia de Coronel Freitas. No mesmo ano foi designada para trabalhar na 10ª Delegacia de Polícia da Capital, na Lagoa da Conceição.
Já desempenhou atividades na Academia de Polícia Civil (ACADEPOL), na função de coordenadora pedagógica, assim como na assessoria jurídica da Secretaria de Segurança Pública e da Polícia Civil de Santa Catarina. Também atuou na Delegacia de Repressão a Roubos da Capital e, em seguida, foi a primeira mulher delegada a atuar na Gerência de Fiscalização de Jogos e Diversões Públicas e Produtos Controlados.
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Em 2018 foi titular da DPCAMI da Capital e em 2019 foi convidada a assumir a Delegacia Regional de Palhoça, onde atuou até outubro de 2021, quando assumiu a Diretoria de Polícia da Grande Florianópolis, cargo atual na Polícia Civil.
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