O ex-diretor da Penitenciária de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, Carlos Alves, deverá assumir a coordenadoria de uma equipe especializada em intervenções táticas nos presídios catarinenses.

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Alves teve a mulher morta por integrantes da facção criminosa que age nos presídios e deixou o cargo há dois meses, durante a onda de atentados à segurança pública registrados em Santa Catarina.

A informação sobre a nomeação é do diretor do Departamento de Administração Prisional (Deap), Leandro Lima. A oficialização no cargo dever ser feita, conforme Leandro, assim que o ex-diretor retornar do período de afastamento, iniciado após o assassinato da mulher, a agente penitenciária Deise Alves.

A saída de Alves da penitenciária de São Pedro de Alcântara se deu de forma tumultuada, em novembro, durante a onda de ataques contra unidades policiais supostamente ordenada por presos de dentro das cadeias.

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Ele enfrentou denúncias de tortura contra detentos na cadeia após a morte de Deise. Foi nessa época que o Estado registrou os atentados.

Uma das exigências dos presos para cessar os crimes seria a queda do diretor, que não resistiu – na época Carlos Alves e o Deap negaram as denúncias de tortura, que seguem em investigação.

Apesar das crises, Alves tem prestígio junto ao diretor do Deap e ganhará agora cargo que terá alcance estadual.

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Conforme Leandro Lima, além da experiência, o ex-diretor tem a seu favor currículo de destaque como um dos principais instrutores e especialistas em intervenções táticas e distúrbios em prisões no País.

Esta será a segunda vez que o sistema prisional catarinense contará com a formação de um grupo especializado em intervenções táticas. O primeiro durou menos de dois anos e foi extinto.

Investigação sobre assassinato está concluída

Na sexta-feira, a Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) revelou que 10 pessoas foram indiciadas pela morte de Deise. Entre os suspeitos figuram dois mandantes, que são presos líderes da facção Primeiro Grupo Catarinense (PGC).

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Deise foi morta a tiros quando chegava em casa, no Bairro Roçado, em São José. Ela estava num carro preto com película. O alvo, conforme divulgou na época a Polícia Civil, era o então diretor Carlos Alves.

O motivo do crime seria vingança pela linha dura de Alves a frente da penitenciária, que abriga os criminosos mais perigosos do Estado.

A Justiça decretou as prisões preventivas dos envolvidos. Segundo a Deic, o inquérito foi enviado ao Fórum de São José.

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O caminho normal será a análise pelo Ministério Público Estadual, que decidirá se oferecerá denúncia criminal pelo assassinato contra os indiciados.

Se avaliar que há falta de provas, o MP poderá pedir novas diligências à polícia ou pedir o arquivamento.