A ex-cunhada de Djidja Cardoso teria se tornado dependente química e ficado em cárcere privado na mesma casa onde a ex-sinhazinha do boi Garantido foi encontrada morta, no último dia 28. Segundo o pai da ex-companheira de Ademar Cardoso, irmão de Djidja, a família da jovem a resgatou da situação. A informação foi repassada em entrevista à Rede Amazônica e divulgada pelo g1.
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O homem, que não se identificou, disse que a filha foi mantida em cárcere privado pelo então namorado, Ademar Cardoso, no auge do consumo de cetamina. O irmão de Djidja é investigado por estupro e por causar aborto de outra ex-companheira.
A jovem de 27 anos tem dois filhos, de 4 e de 8 anos. O mais velho teria presenciado a mãe sob efeito da droga e estava com ela em uma das vezes que a mãe recebeu atendimento médico. Segundo o pai da jovem, o mais novo passou a fazer acompanhamento psicológico.
Segundo o pai da vítima, o alerta à família foi feito por uma diarista que trabalhava na casa de Djidja. Foi quando ele e a esposa, mãe da jovem, chamaram a polícia para entrar na casa.
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Mãe filmava filhos sob efeito de cetamina na casa onde Djidja Cardoso foi achada morta
— A patrulha se deslocou e o chefe da patrulha bateu na casa. Eles não queriam atender. Em conversas, o chefe da patrulha disse que se a mãe não pudesse falar, caracterizava o cárcere privado e depois do alerta alguém abriu a porta. O menino saiu para a rua e ela veio toda drogada, sem condições quase de andar. Saiu atrás do menino, cambaleando. Aí a patrulha pegou, jogou na viatura, chamou o Samu, levaram pro hospital Platão Araújo — lembrou o pai da vítima.
As crianças estão agora aos cuidados dos avós. A filha ainda mora com o pai, mas não conseguiu se recuperar da dependência e tem dificuldade para reconhecer o vício.
— Espero que os fatos que aconteceram recentemente seja motivo para ela se tocar e tomar uma atitude na vida dela. Filha única. É triste, resumindo, é muito triste. É um sentimento de fracasso — diz.
Investigação
Há mais de um mês, a família de Djidja é investigada por tráfico de cetamina. Segundo a polícia, a ex-sinhazinha, Ademar e Cleusimar Cardoso, mãe deles, criaram um grupo religioso chamado “Pai, Mãe, Vida”, que incentivava o uso da substância para alcançar “plenitude espiritual”.
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O que se sabe sobre a morte de Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do boi Garantido
No dia 28, Djidja foi encontrada morta dentro da própria casa, em Manaus. O laudo preliminar aponta que a morte da ex-sinhazinha foi causada por um edema cerebral, que afetou o funcionamento do coração e da respiração.
O documento, no entanto, não aponta o que teria levado Djidja a este quadro. A principal hipótese da polícia é que a morte dela tenha relação com o uso excessivo de cetamina.
No dia seguinte, mãe e irmão de Djidja foram presos pela polícia. Três funcionários do salão de beleza da família também foram detidos, investigados por tráfico.
Na residência da família, a polícia apreendeu materiais como seringas, anestésicos, medicamentos de uso controlado e frascos de cetamina, além de computadores e uma mala que devem ser periciados. O grupo também fazia aplicação forçada da substância em integrantes e obrigavam os funcionários de uma das unidades do salão de beleza a participar da doutrina.
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Quem era Djidja Cardoso
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