Paul Manafort, ex-chefe de campanha de Donald Trump, concordou nesta sexta-feira (14) em cooperar com a investigação sobre a ingerência da Rússia nas eleições de 2016 nos Estados Unidos, aumentando a pressão sobre a Casa Branca.

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Já condenado por atividades financeiras fraudulentas antes da campanha, Manafort chegou a um acordo nesta sexta com a equipe do procurador especial Robert Mueller.

O ex-consultor político do presidente aceitou se declarar culpado de conspiração contra os Estados Unidos e por obstrução à Justiça. Mas, sobretudo, concordou em cooperar com a investigação de Mueller.

Imediatamente, a Casa Branca buscou distanciar Trump de Manafort. “Isso não tem a ver com o presidente, ou com a sua vitoriosa campanha de 2016”, assinalou a secretária de imprensa, Sarah Sanders.

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Manafort, que trabalhou para a campanha de Trump durante quase seis meses em meados de 2016, já foi declarado culpado de outras oito acusações relacionadas a uma fraude financeira, em um julgamento que ainda aguarda sentença.

Estas se relacionam ao trabalho de Manafort para o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich e seu partido político pró-Moscou entre 2005 e 2014. Nesta sexta, Manafort admitiu ter ocultado das autoridades e do fisco as suas atividades de assessoria a Yanukovich e ter tentado subornar as testemunhas.

Ao se declarar culpado, Manafort evita um novo julgamento embaraçoso. Ele tomou essa decisão para “proteger a sua família”, declarou seu advogado Kevin Downing após a audiência em Washington.

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No tribunal, Manafort se mostrou impassível, respondendo de forma monossilábica às perguntas da juíza Amy Berman Jackson.

No entanto, seu rosto ficou sombrio quando a juíza enumerou as propriedades que seriam confiscadas como parte de sua declaração de culpa, incluindo uma mansão em Long Island.

Segundo o acordo, ele permanecerá detido até que a juíza Jackson dê a sua sentença, que pode ser de até 10 anos de prisão.

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“Se cooperar plenamente, poderá dar informações importantes”, assinalou o legislador democrata Adam Schiff, membro da comissão de Inteligência da Câmara baixa, assinalando uma “importante vitória” para Mueller.

Manafort “esteve envolvido ou à par de acontecimento-chave da campanha de Trump, incluindo a reunião na Trump Tower, na qual a equipe acreditou estar recebendo informações comprometedoras sobre Hillary Clinton”, disse.

A decisão de Manafort de colaborar é tomada menos de um mês após Michael Cohen, ex-advogado de Trump, acordar com procuradores federais uma declaração de culpa na qual envolveu o presidente em violações às leis de financiamento eleitoral.

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Na época, Trump elogiou a então “corajosa” atitude de seu ex-chefe de campanha de se negar a “ceder” às pressões dos procuradores para conseguir um “acordo” judicial em seu favor, “diferentemente” de Cohen.

* AFP