Em uma mesa de madeira e sem empurra-empurra ao redor, ex-integrantes de duas bandas que fazem metaleiros trepidarem dividiam uma cerveja de litro com dois fãs. Simon Wright (ex-baterista do AC/DC) e Scott Warren, parceiro de anos do falecido Ronnie James Dio (Black Sabbath) bebiam e conversaram, praticamente sem assédio. A festa foi até altas horas de quinta (13) para sexta-feira (14), no Chopp do Gus, em Florianópolis.
Continua depois da publicidade
Os poucos fãs que os reconheciam ficavam incrédulos. Empolgação até para o músico local Rodrigo Gnomo, que tocará com eles nesta sexta-feira, na Célula Showcase.
– Quando o Dio morreu, me tranquei no quarto e chorei por dois dias. Agora estou aqui bebendo com os caras e amanhã vou tocar com eles – disse Gnomo, com um sorriso de orelha a orelha.
Dio é a banda de ninguém menos que Ronnie James Dio, ex-vocalista do Black Sabbath, Rainbow e Elf que morreu em maio de 2010, vítima de câncer no estômago. Nascido em Manchester, na Inglaterra, o cinquentão Simon Wright conversou com a Hora sobre a rápida visita a Florianópolis. Confira:
Continua depois da publicidade
Hora – Você já tinha ouvido falar de Florianópolis ?
Nunca. E sinceramente não sei porque nunca estive aqui antes. E já estive em mais de cem países. Vi pouco da cidade, circulei um dia, vi algumas fotos. É incrível e pretendo voltar.
Hora – Conheceu alguma praia aqui?
Ficamos boa parte do dia no norte. (Pede ajuda para identificar o lugar). Ingleses é o nome da praia com água bem verde um pouco fria. Mas o mar estava lindo e o tempo ótimo. É um lugar para voltar com minha namorada.
Hora – Dio está com vocês e o público durante os shows?
De uma maneira muito especial. Nós, pessoalmente, e milhares de pessoas ao redor do mundos sentiram essa perda, mas as músicas continuam. E é por isso que estamos tocando. No palco, sentimos a energia e celebramos. É um tributo para celebrar, é para ser uma coisa boa, não triste e tem sido assim.
Continua depois da publicidade
Hora – Você está num bar onde tocam muitas bandas cover. Como é ouvir as canções que você tocava com Dio e o AC/DC por outros?
Música não é competição, é diversão, alegria, e é por isso que estamos aqui agora. Não vejo sentido em ficar comparando quem toca melhor ou pior. Estamos viajando juntos para tocar músicas que gostamos e que o público gosta. Por isso o Dio Disciples (nome da banda e do projeto) existe e gira pelo mundo.
Dá para ter a mesma atitude do rock de 30 anos atrás, quando você entrou no AC/DC?
Com 30 anos a menos (gargalhadas) eu tinha outra energia e disposição, não é? (gargalhadas). A música está no meu sangue, e isso me move. Eu ainda me divirto bastante.
Continua depois da publicidade