O torcedor do Avaí conhece o poder de finalização do atacante William. De perna esquerda, de direita e com a cabeça o centroavante não costuma perder gols, porém os avaianos nunca viram William com a camisa azurra marcar tantos gols como ele já fez nesta temporada. Com 25 tentos o atual atacante da Ponte Preta é o artilheiro do Brasil. Rafael Costa do Figueirense vem logo atrás com 22 gols.

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A situação da Ponte Preta é delicada e a Macaca luta contra o rebaixamento, por isso os gols de William são valiosos. O atacante sabe de sua responsabilidade e não se esconde, como foi no Avaí em 2011 quando a equipe foi rebaixada. Para evitar que isso aconteça na equipe paulista o atacante conversa com os mais jovens e marca muitos gols.

A promessa de William é marcar 30 gols na temporada, objetivo traçado junto ao filho Matheus, de oito anos. O primogênito do atacante – que também tem Lucas de quatro anos – já saiu na frente do pai. Na escolinha de futebol o garoto já ultrapassou a marca de 30 gols e como prêmio ganhou uma chuteira nova.

– Eu tinha feito uma aposta com ele, quem marcasse 30 gols primeiro ganhava uma chuteira. Ele ganhou tive que pagar – contou William.

William garante que não pensa em premiações individuais, mas que ganhar a chuteira de ouro seria fantástico. Por telefone o atacante conversou com o Diário Catarinense e falou do bom momento.

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Diário Catarinense – Você é o artilheiro do Brasil, como tem administrado a euforia por esse momento?

William – Primeiro eu agradeço a Deus e a minha família por esse momento. Fico muito feliz pelo meu trabalho ter esse resultado, e por eu ter sido respeitado por onde passei. Eu tento administrar esses momentos de euforia de uma forma tranquila. Porque tem muitos atletas que passam por momentos desses e acham que já estão consolidados, com a carreira resolvida. Os números estão bons, mas tenho aumentar. Continuo trabalhando forte.

DC – Você tem recebido propostas de outros clubes?

William – O assédio de outros clubes sempre tem, existe muita sondagem e temos que administrar, porque você ficar no oba-oba da imprensa e de empresários pode atrapalhar. Tem que focar no trabalho.

DC – Você tem uma meta de gols quando começa a temporada?

William – Esse foi o primeiro ano que eu tracei uma meta. Na apresentação aqui na Ponte falei que queria fazer 30 gols na temporada. Mas eu nunca fui de pensar: “Vou fazer 10, 15 gols”. Penso em fazer os gols importantes para o meu time. O importante é estar bem fisicamente, tecnicamente e taticamente, com esses três elementos bem alinhados você consegue marcar bastante gols.

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DC – O William da Ponte Preta é um melhor finalizador do que o William do Santos, quando você começou a carreira?

William – Você amadurece muito ano a ano e aprende a ficar mais tranquilo quando está na frente do goleiro. Eu acho que na época que eu estava no Avaí já tinha essa tranquilidade. Outro detalhe que ajuda é estar bem nos treinos, como falei antes naqueles três elementos. Hoje tenho calma para finalizar.

DC – Você já percebeu que se continuar assim você pode ser além do artilheiro da Série A o chuteira de ouro do Brasil em 2013?

William – Eu não fico pensando em prêmios. Eu penso em trabalhar e ajudar o meu time, mas se acontecer de ganhar vai ser bacana. Eu sou tão desligado nesses assuntos de prêmios que eu só descobri que estava concorrendo a chuteira de ouro pela imprensa. Fui o artilheiro do Paulistão esse ano e confesso que ir na premiação foi maravilhoso. É bom ser reconhecido.

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DC – Você já foi rebaixado com o Avaí em 2011, o que você pode passar para evitar isso na Ponte Preta neste ano?

William – A gente está nessa de ganha, empata e perde. É uma situação que incomoda. Precisamos de uma sequência de vitórias, como o Atlético-PR conseguiu. Eu converso muito com os mais jovens e ajudo os mais experientes, como eu fiz no Avaí aquele ano, infelizmente caímos. Uma coisa que temos que evitar aqui é precisar de muitas vitórias fora de casa, isso é complicado.

DC – Continua acompanhando o Avaí? Acredita que o time pode subir?

William – Tenho amigos no Avaí e continuo acompanhando. Assisti ao clássico e torci muito para o Avaí e fiquei muito feliz pelos dois gols do Marquinhos, porque foram os primeiros dele no clássico e ele é um cara identificado com o time. Para subir acredito que o time tem que fazer agora um bom fim de primeiro turno. Com Marquinhos e Cleber Santana no meio de campo o Avaí tem muita qualidade e tem tudo para voltar para a Série A.

DC – Você acha que faria mais gols no Avaí se o meio de campo tivesse Marquinhos e Cleber Santana juntos?

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William – Cada ano é uma situação diferente. Já joguei com o Muriqui, o Luís Ricardo e com o próprio Marquinhos. Mas com certeza hoje com os dois em campo eu teria muitas chances de marcar. Com eles no time é só se movimentar corretamente na área para receber a bola e marcar. Faria muitos gols sim.