A ex-auxiliar da Fifa Cleidy Mary Ribeiro irá comentar aos lances da arbitragem nas duas partidas finais do Campeonato Catarinense 2013 junto com a equipe da RBS TV na transmissão dos jogos entre Chapecoense e Criciúma. Nascida em Florianópolis, Cleidy foi integrante do quadro de assistentes da CBF por 20 anos e 16 na FIFA com experiências na Copa do Mundo de Futebol Feminino e Olímpiadas. Com a definição de Paulo Henrique de Godoy Bezerra como árbitro da primeira partida, em Criciúma às 16h, convidamos a comentarista para adiantar suas avaliações.

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Cleidy trocou a linha branca do gramado pela profissão de bancária em dezembro de 2011 quando foi diagnosticada com uma hérnia de disco. Desde então não praticou mais esportes que envolvam impacto físico. Entre as melhores lembranças da carreira como assistente está a estreia como profissional em 1993 e o jogo entre Austrália e Alemanha na abertura das Olimpíadas de 2000, em Sydney.

– Antes desses momentos o árbitro pensa na responsabilidade que tem em comandar aquela partida, em cometer o menor número de equívocos e pensa que é sempre o jogo da sua vida, que irá decidir se haverá um próximo ou não.

A ex-assistente Fifa avalia que houve uma grande melhora no nível da arbitragem nacional. No Campeonato Catarinense ela também destaca que houve poucas polêmicas, o que indica que a arbitragem também foi bem.

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– Para quem comenta é importante haver um bom senso e o ideal é que seja realmente alguém que já esteve lá dentro. As críticas positivas são bem vindas e as observações durante as partidas esclarecem muitas situações para os torcedores.

Confira a entrevista com a ex-assistente

Diário Catarinense – Você conhece o trabalho o Paulo Henrique de Godoy Bezerra desde quando?

Cleidy Mary – Conheço o Paulo Henrique desde o início da carreira. Sou de uma turma antes da dele no curso de arbitragem da FCF. Sempre trocamos ideias e estudamos juntos para as provas anuais da Federação e da CBF.

DC – O fato dele ser um conhecido seu não atrapalha na avaliação da atuação dele em campo?

Cleidy – De jeito algum. Ano passado ele apitou e eu comentei, inclusive disse que não foi pênalti no segundo jogo. Eu sempre fui imparcial e o primeira coisa nessa hora é que tem que ser profissional.

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DC – Qual a principal característica do Paulo Henrique dentro de campo?

Cleidy – Além de estar sempre em cima do lance, não deixa passar nada. Tem o controle disciplinar do jogo.

DC – No que pensa um árbitro instantes antes da partida?

Cleidy – Pensa na responsabilidade que tem em comandar aquela partida. Pensa em cometer o menor número de equívocos e pensa que é sempre o jogo da sua vida.

DC – Como você avalia a arbitragem nacional?

Cleidy – Está sempre em evolução, principalmente por parte da própria classe de árbitros que estão muito mais “profissionais” desde os campeonatos estaduais aos internacionais. É preciso uma dedicação extrema com a parte técnica, física, postura dentro e fora de campo. A arbitragem entrou em um processo de renovação significativo.

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DC – E a arbitragem catarinense neste ano?

Cleidy – Acredito que segue no mesmo caminho: de evolução e dedicação. Se engana quem pensa que o árbitro só é árbitro quando entra em campo. Temos muito treinamento, muito estudo, muitas provas escritas (regras) e testes físicos.