O empresário Airton Antonio Soligo, 57 anos, conhecido como Airton Cascavel, é investigado por suspeita de ter cometido dois estupros. Na semana passada, a Polícia Civil de Santa Catarina concluiu o inquérito policial e inidiciou o empresário pelo crime contra uma jovem de 18 anos, ocorrido em Joinville. O homem também já responde a uma ação penal por suspeita de abusar sexualmente de uma criança de sua família. Na manhã desta segunda-feira (21), em entrevista coletiva de imprensa, a Polícia Civil detalhou o caso que teria ocorrido no Norte de Santa Catarina.
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Segundo o delegado Pedro Alves, da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (Dpcami) de Joinville, Cascavel teria praticado o crime em 2017, durante uma visita na casa da mãe. A vítima, à época com 18 anos, era cuidadora da idosa e estava há cerca de 30 dias no trabalho quando relata ter sido violentada. Depois disso, a jovem voltou para Barra Velha, para viver junto da família.
Apesar do crime ter ocorrido quatro anos antes, conforme o delegado, as investigações iniciaram apenas em julho de 2021, após uma denúncia anônima recebida por meio do canal Disque 100.
Um familiar que levou o caso à polícia de Barra Velha e, mesmo sem identificar-se, deu o endereço da vítima. Por se tratar de um crime de natureza sexual e ocorrido em Joinville, de acordo com Alves, o caso foi trazido para a Dpcami do município, que instaurou o inquérito policial.
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Cinco meses foram necessários para identificar os envolvidos, colher depoimentos e juntar elementos suficientes da materialidade do crime. Em dezembro de 2021, a Polícia Civil entrou com um pedido de prisão preventiva contra o investigado, considerando a possibilidade do risco de reiteração delitiva, que foi acatado pelo Poder Judiciário.
– Este risco se fundamenta quando a pessoa já é investigada, já foi condenada ou está sendo processada por outros crimes. E esse investigado, conforme levantado pela polícia, está respondendo atualmente por estupro de vulnerável praticado na cidade de Boa Vista (RR) contra uma familiar. Há também um boletim de ocorrência dando conta que, em 2019, ele teria praticado um delito da mesma natureza – explica o delegado Alves.
Durante as investigações, a Dpcami de Joinville montou uma operação e ficou cinco dias em Boa Vista, para cumprir os mandados de busca e apreensão e efetuar a prisão. Na terça-feira, 8 de fevereiro, o empresário foi detido em casa. No entanto, três dias depois, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) revogou a decisão e o suspeito foi liberado.
Ainda em Roraima, os policiais colheram novos depoimentos, juntaram mais documentos e o delegado interrogou o suspeito, que permaneceu calado. O inquérito policial, portanto, foi encerrado, e o caso segue para o Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), que pode tanto entrar com uma ação penal ou arquivar o caso.
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– A polícia teve entendimento que, naquele momento, a prisão fosse cabível, mas não cabe à polícia tecer juízo de valor sobre a decisão do judiciário. Apenas cumprimos com o que é determinado – enfatiza Pedro Alves, responsável pelas investigações.
Ação penal por estupro de uma familiar
Em setembro do ano passado, Airton Cascavel virou réu por suspeita de estuprar uma criança da própria família na cidade onde vive, em Boa Vista (RR). A mãe da criança que buscou a polícia e denunciou o caso.
Na denúncia feita ao Núcleo de Proteção à Criança e Adolescente (NPCA) da Polícia Civil, conforme informações do g1, a mulher relatou que a criança voltou de uma visita a Cascavel reclamando de dores nas “partes íntimas”.
O Ministério Público de Roraima havia entrou na Justiça para denunciar o empresário. Ao aceitar a denúncia do MP, o juiz imputou a Cascavel as acusações de estupro contra vulnerável, previsto no artigo 217-A do Código Penal, combinado com o artigo 226, que prevê aumento da pena em razão do acusado ser parente da vítima. A ação corre em segredo de justiça.
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À época, com base na denúncia, a defesa do empresário entrou com pedido preventivo de habeas corpus para evitar a eventual prisão.
O empresário ficou conhecido nacionalmente após ser ouvido na CPI Covid no Senado sobre sua atuação no Ministério da Saúde como assessor de Pazuello, ex-ministro da pasta. Ele também foi apontado como “número 2 informal” na gestão. Após a passagem pelo ministério, ele assumiu o cargo de secretário da Saúde de Roraima, mas ficou no posto por pouco mais de dois meses.
A reportagem entrou em contato por telefone e enviou mensagens à defesa de Cascavel. No entanto, até às 13h15, não havia recebido retorno.
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