O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tentou vender por R$ 300 mil um relógio da marca Rolex recebido em uma viagem oficial da Presidência da República, segundo indicam documentos recebidos pela CPI de 8 de Janeiro e de conteúdo revelado pelo jornal O Globo.

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Os documentos mostram uma troca de e-mails em inglês em que Cid narra o desejo em vender a joia.

“Oi, nós não temos o certificado deste relógio, pois foi um presente recebido em uma viagem oficial de negócios. O que nós temos é um selo verde do certificado que acompanha o relógio. Eu também posso garantir que o relógio nunca foi usado. Eu espero conseguir por ele um montante em torno de US$ 60.000,00 [cerca de R$ 300 mil na cotação atual]”, relata Cid no e-mail.

A troca de e-mails foi feita com Maria Farani, uma ex-assessora do gabinete pessoal de Bolsonaro, conforme publicou o g1. Ela relatou, em nota ao portal, que, por falar inglês, apenas buscou interessados no relógio pela internet a pedido de Cid e reencaminhou o que recebeu para ele.

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O portal UOL, que também teve acesso aos documentos da CPI, publicou que o relógio em questão foi oferecido pelo rei da Arábia Saudita para Bolsonaro em 30 de outubro de 2019 durante um almoço.

Ainda segundo o UOL, foi registrado um Rolex como acervo privado no Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência em 11 de novembro daquele ano. O relógio foi liberado em 6 de junho de 2022, mesmo dia em que Cid teria trocado os e-mails para vender a joia.

O ex-ajudante de Bolsonaro está preso desde maio e é investigado pela Polícia Federal por suspeita de participar de um esquema para fraudar cartões de vacinação contra a Covid-19. A defesa dele ainda não se manifestou sobre as suspeitas levantadas agora pela troca de e-mails.

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