O presidente boliviano, Evo Morales, criticou nesta sexta-feira as políticas “neoprotecionistas” e os “muros físicos e legais” que freiam as exportações latino-americanas, ao falar diante de proeminentes empresários do continente em um fórum antes da Cúpula das Américas, em Lima.
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“Sob uma suposição de liberalização comercial, os governos das grandes potências nos obrigam a concorrer em circunstâncias já desiguais”, disse o líder na III Cúpula Empresarial das Américas, em discurso no qual defendeu um papel ativo do Estado na economia.
Referindo-se ao presidente americano Donald Trump, embora sem mencioná-lo, Morales atacou as políticas “neoprotecionistas” e os “muros físicos e legais”.
“Essas potências aplicam um modelo neoprotecionista que restringe a entrada de nossos produtos agrícolas saudáveis e orgânicos e defendem sua produção subsidiada e transgênica”, criticou.
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Estes “são tempos de paz e integração, não de paredes físicas ou de paredes legais”, acrescentou.
Morales disse que em seu país, que registrou nos últimos anos uma média anual de crescimento de 5%, um dos mais altos da região, o Estado tem um papel preponderante na economia, mas com a participação de empresas privadas, cooperativas e comunidades locais.
“Esta reunião não deve ser simplesmente um fórum para fazer mais e melhores negócios, nós exigimos que eles proponham conclusões para fornecer os insumos necessários aos Estados para melhorar a vida das pessoas”, disse ele.
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Cerca de 1.200 pessoas participam da Cúpula Empresarial, antes da Cúpula das Américas, que começa nesta tarde de sexta-feira.
* AFP