Num longo depoimento de mais de uma hora, o detento Rudinei Ribeiro do Prado, o Derru, negou envolvimento na morte da agente penitenciária Deise Alves, mas acabou dando detalhes sobre como agia o Primeiro Grupo Catarinense (PGC).
Continua depois da publicidade
Ele disse ter evitado pelo menos 20 execuções de presos na Penitenciária de São Pedro de Alcântara, a de um casal de agentes penitenciários e de uma servidora da cadeia.
Na época, em 2007, contou que era integrante do 1o ministério do PGC, a cúpula do grupo que decidia sobre crimes na prisão e nas ruas e que depois saiu do bando.
Rudinei se diz jurado de morte pelo PGC em razão de ter servido como testemunha protegida (informante) de agentes penitenciários na cadeia. Ele relata que não foi preservado pelos agentes penitenciários, que teriam filmado as informações que repassava e depois levado ao conhecimento de outros presos da facção.
Continua depois da publicidade
O interrogatório aconteceu por videoconferência, pois Rudinei está na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Rudinei afirmou ter sido supostamente forçado a assumir a autoria da morte de Deise na prisão, o que nunca fez. Assim como Evandro Sérgio Silva, também narrou na sessão ter sido vítima de tortura na prisão e até alvo de envenenamento.
-Fiquei seis dias sem comer. Tive sintomas, tenho certeza absoluta que me envenenaram em São Pedro de Alcântara – denunciou.
Continua depois da publicidade
O preso também falou sobre os atentados no Estado ordenados pelo PGC, “quando a facção estaria desorganizada”.
Adilio Ferreira, outro detento que está em Mossoró, usou o direito de ficar calado no interrogatório porque não concordava em ser ouvido por videoconferência. O último detento de Mossoró, que começou a ser ouvido às 13h45min, é Gian Carlos Kazmirsk, que também negou participação no assassinato de Deise.
Ainda nesta quarta, serão ouvidos presencialmente no Fórum outros dois réus, Oldemar da Silva, o Mancha, e Marciano Carvalho dos Santos. ?
Continua depois da publicidade