Um panfleto que supostamente estaria sendo distribuído em Florianópolis virou assunto nas redes sociais nesta terça-feira (17). A imagem do material foi compartilhada pelo Padre Julio Lancellotti, conhecido por atuar em causas sociais e em prol de populações marginalizadas.

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“Panfleto distribuído em Florianópolis. Impressionante”, escreveu o padre na publicação. Na tarde desta terça, o post já acumulava mais de 10,5 mil curtidas e mais de mil comentários, a maior parte com críticas a mensagem do folheto.

No material fotografado, havia recomendação para ligar ao Centro POP, local que oferece serviço especializado para pessoas em situação de rua. A mensagem menciona casos de tuberculose e dá orientações que geraram controvérsia.

Entre elas estavam não oferecer comida ou esmolas à população de rua, evitar contato físico por “risco de doenças” e tomar cuidado já que eles “podem ser violentos”. Ainda, o panfleto chama as pessoas em situação de rua de “infratores” e orienta a fotografá-los e denunciá-los às autoridades.

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Veja publicação


Prefeitura e PM negam envolvimento

A assessoria da Secretaria Municipal de Assistência Social alegou que a prefeitura não possui relação com o panfleto, que o material não passou pela pasta e que a veracidade não é reconhecida pelo município.

Posteriormente, a prefeitura enviou um vídeo em que o prefeito Topazio Neto menciona o folder e reforça que o material não é da prefeitura, nem da polícia.

O tenente coronel Serafin, da Polícia Militar, afirmou que a corporação desconhece o material, que menciona o aplicativo PMSC Cidadão e orienta a ligar para o 190 “em caso de perigo”. A PMSC também emitiu nota sobre o caso:

“NOTA DE ESCLARECIMENTO
A Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC), por meio do 1º Comando Regional de Polícia Militar, vem a público esclarecer informações relacionadas ao folder recentemente divulgado na comunidade local contendo orientações sobre a interação com pessoas em situação de rua.

O referido material não é de autoria da Polícia Militar de Santa Catarina. Trata-se de uma iniciativa autônoma elaborada pela comunidade local, refletindo suas preocupações quanto em relação segurança da população em relação a pessoas em situação de rua.

Reiteramos que a Polícia Militar atua com base em legislações vigentes e protocolos institucionais, adotando medidas de segurança pública que preservem a dignidade da pessoa humana e o respeito aos direitos fundamentais.

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Destacamos, ainda, que os procedimentos indicados no folder não refletem as diretrizes oficiais da PMSC. Em casos de ocorrências envolvendo pessoas em situação de rua, a Polícia Militar orienta a população acionar os órgãos competentes.

Destacamos que, em situações de risco ou emergência, é fundamental acionar a Polícia Militar através do telefone 190, que é o canal oficial para ocorrências relacionadas à segurança.

Ressalta-se que a Polícia Militar ainda atua em apoio a Prefeitura Municipal de Florianópolis a qual tem uma força-tarefa direcionada a pessoas em situação de rua. A operação LIDAR (Localizar, Identificar, Direcionar, Acolher e Resgatar), busca amparar pessoas em situação de vulnerabilidade no espaço público.

A Polícia Militar de Santa Catarina permanece à disposição para garantir a ordem pública e a segurança de todos os cidadãos.”

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